Pathos

Com que graça extraordinária, fruto maculado da paixão que arde e faz matar, eu vi debruçada na alcova o meu amor. De inicio achei que eu quem a matara. Os trovoes ribombavam, e aumentava meu desespero, sim!, estava degredada, como uma vil meretriz sem paixão. Que pathos que eu sofri. Pungiu meu coração ao saber de tua morte, porem não havia sido eu, ou humano algum poderia tê-la matado de modo tão cruel. Estava exangue, não porque morrera, mas porque o homem, ou a criatura, prefiro assim acreditar, munido de magia, e extrema perversidade. Os olhos dela imploravam e queimavam por misericórdia. Como eu poderia ter feito isso a ela?

O ventre estava colado ao chão. A criança que geramos com tanto carinho estava morta também. Eu? Estava enfermo, não pude tratar do assunto.

Como poderia eu, divagando sobre a Morte, salvar da mesma mau amor? Como puderam me prender de forma tão cretina nesta sela, sala porca, deletéria como as correntes que ceifaram o doce corpo angélico de minha amada.

Rogo aos céus que me permitam a vingança contra ele que se apodera de meu cérebro, rubra enfermidade. Ai de mim! Ai de mim. Pobre homem. Loucura. Pérfida prostituta de vulva regada de pústulas pestilentas. Brado sem descanso aos infernos que queimem, que pulverizem-me. Que eu morra pelo crime que cometi.

lord edu
Enviado por lord edu em 18/08/2008
Código do texto: T1134440
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