A criação

Sangue,alma e fé a trariam de volta a vida.

Marco riscava simbolos no chão,a tinta era vermelha e saia de um dedo recem arrancado de um dos sete padres a sua frente.

Marco os amarrara bem...Sim amarrara bem,as cordas cortavam a pele,faziam sangrar e isso os fazia rezar.Sim rezem padres,rezem porque o que mais temiam vai retornar hoje.

Agora Marco precisava de um corpo,um corpo com a alma que ficaria no lugar da que ele traria de volta.

Bianca foi a escolhida,por ser a mais angelical das garotas do colegio e mesmo assim a mais diabolica.Ela não gostava de brincar com os sentimentos alheios?Pois agora ia conhecer muita gente que também gostava.No inferno.

Ela gritou e chorou muito quando Marco começou a fazer os cortes nescessarios para abrir passagem a nova alma.

Quando o peito dela finalmente foi aberto e o coração estava exposto Marco sentiu nojo.Ja não queria mais fazer aquilo,não,ele não queria mais continuar...

Tarde demais,os simbolos ja brilhavam no chão e as palavras no livro ja começavam a se apagar.Marco tentou reescrevê-las mas não pode o livro queimou sua mão.

Ele tentou que os padres parassem de rezar mas esses tinham medo dele e só rezaram com mais força.

Quando o corpo morto de Bianca começou a se levantar Marco tapou os olhos dizendo.

- Não!Você não é real!Eu tinha que comer o coração pra você viver então você não existe!Eu não comi!

Mas o corpo feminino ja levantava,abria os olhos totalmente negros e arrancava o proprio coração com um suspiro.Ela levou o coração a boca e mordeu engolindo um grande pedaço,depois sorriu.Marco continuava a dizer "não é real" como se fosse um mantra,aquilo parecia divertir a coisa que ainda se deliciava com sua macabra efeição.

- Marco...Marco querido não é educado ignorar as visitas...Ainda mais aquelas que você convidou... - Ela dizia em uma voz quase infantil que o fazia tremer.Ele sentiu a respiração dela mais proxima e então a lingua quente passando por sua bochecha esquerda,o cheiro de enxofre era tão forte que ele teve nauseas.

- Marco querido...Ainda estou com tanta fome...Você sugere alguma coisa? - Ela dizia em sussurros proximos ao ouvido dele.

Foi o puro instinto que fez com que ele erguesse a mão e apontasse os padres que ainda rezavam,em um murmurio quase inaudivel ele disse.

-Eles... -Ele pode ouvir o prender da respiração,alguns pedidos para que eles os salvasse mas agora era tarde,a coisa ja estava perto demais deles e Marco não conseguiu mais fechar os olhos.

O que ele viu foi grotesco,o corpo delicado da garota ainda com o peito aberto movia-se como um tipo de reptil,os olhos totalmente negros fitavam os padres decidindo,logo ela se adiantou a um dele e lhe lambeu o pescoço,a lingua pareceu aumentar seu tamanho umas três vezes pelas contas de Marco.Os dentes da coisa também se projetaram e agora ela lembrava um crocodilo,sorrindo sem piedade ela enfiou aquela infinidade de dentes no ombro do padre sacudindo a cabeça para ambos os lados.O sangue respingava,os gritos de terror ecoavam,ela desmembrou cada padre cuidando para que eles vivessem até o final,depois comeu a carne deixando uma pilha de ossos no chão.Seu peito não estava mais aberto,não havia mais nenhum corte em seu corpo,seus olhos estavam azuis como os do ultimo padre que ela devorara.A criatura infenal levantou e se aproximou de Marco,ainda com aquele jeito de reptil.

- Marco querido...Eu preciso ligar pra casa...Sabe,meu pai deve estar se perguntando o que aconteceu comigo... - Ela dizia em voz meiga que era aterrorizante sainda da boca de crocodilo.

- E...O..Que...Que eu tenho a ver com isso? - Marco não pode evitar de gaguejar.

- Oras meu amor...Simples,você é o telefone... - Dizendo isso ela meteu os dentes no pescoço de Marco.

Sufocando em seu sangue Marco ainda a viu colher seu boa parte de seu sangue na taça de missa da igreja e a ouviu sussurrar em seu ouvido.

- Bons sonhos querido...Espero que seja bem recebido em minha casa...

"Meu conselho,não procure os demonios,eles normalmente não cumprem as regras..."