SUSSURROS 24 TERROR PRÉ FINAL DE IONE AZ E PAULO FOG

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- O quê, esta louca, quer que eu acabe com a alegria de minha mãe?

- Sim.

- Por quê?

- Olhe Celso, o que posso te dizer é que se não me ajudar, eu farei de qualquer jeito.

- Não vou deixar.

- Você, você será o maior beneficiado com isso.

- Por quê?

- Já lhe disse, vai ou não ajudar.

- Saia daqui.

- Tudo bem.

- Não quero te ver mais.

- Ah, vai querer, muito.

A garota sai dali, Celso cai no tapete aos choros, logo abrem a porta, Mauro entra ali.

- O que foi Celso, o que aconteceu?

- Viu alguém saindo daqui?

- Não.

- Para onde ela foi?

- Ela quem Celso?

- Aquela cadela, vagabunda.

- Celso.

- Me deixa.

Celso sai dali, Mauro pega o celular fazendo uma ligação.

No hospital, Áurea atende.

- Meu Deus.

- Mãe, com certeza ele esta surtando com o acontecido afinal ele se sente bem com a D. Cida.

- Vou falar com o dr. dele.

- Por favor mãe.

Celso corre pelas ruas agitado, chama pela garota mais nada, até parar em um viaduto.

- Onde aquela cadela se enfiou.

Ali ele se enraivece, inicia uma sessão de chutes na mureta do lugar, alguns transeuntes olham com medo aquela reação, outros começam a filmar, ele ali em total descontrole até que ele senta no chão, sob forte choro aos soluços, ouve ao longe alguém a chama-lo.

- Não, não vou deixar aquela piranha fazer o que quer.

- Celso.

Mauro corre até ele, o rimão levanta do chão num passo e sobe a mureta.

- Nãoooooooooooooooo. Aquele grito de desespero ecoa por todo aquele local, pessoas, carros, lá em baixo na avenida caído, Celso.

No hospital a UTI móvel entra com Celso ligado a aparelhos, segue direto para a sala cirúrgica, após exames, Áurea ali sob efeitos de calmantes, Laura já desmaiara por três vezes e teve de ser colocada em um quarto onde esta sendo medicada.

- Como foi que isso aconteceu?

A pergunta que todos fazem a Mauro que conta o que vira a policia ali também colhe o relato do irmão.

- Meu filho, meu querido filho.

Celso ali em coma, permanece em estado crítico com alto risco de morrer, sob aparato clínico e excelentes profissionais da saúde que tentam por tudo salva-lo.

Já em outro mundo se assim dizer, ele anda sob uma calçada de pedras antigas, em um banco de madeira ladeado de flores esta a garota infernal.

- Sua imbecil, o que fez, que lugar é este?

- Acabou Celso.

- Cale a boca, só me responda, ainda pensa em fazer mau a Francisco?

- Acabou Celso.

Ele sente um ar pesado e logo vai ficando leve, olha ao redor e nada, tipo só um vazio, ele senta ali com a garota.

- Como assim?

- Celso, você morreu.

- Não, não, eu estou aqui.

- Não, eles acham que vão revive-lo, mais não, acabou querido.

- Por quê?

- Tinha de ser, temos outros planos.

- Que planos?

- Celso, sua estória lá se findou, agora começa outra aqui.

- Para onde vou?

- Para o seu lar.

- Meu lar, meu lar é lá com minha família.

- Não Celso, eles nunca foram sua real família.

- Sua louca, vadia louca.

- Agora sim, esta sendo você.

- Eu quero sair daqui.

- Infelizmente acabou.

- Não, nunca acaba enquanto a vida.

- Que vida?

- A minha oras, sua cretina.

- Celso, você foi para lá por impulso.

- Impulso?

- Sim, seu lugar sempre foi aqui.

- Mentira.

- Vamos.

A garota lhe dá a mão, ele ainda receoso, insiste em querer ficar mais acaba por ser vencido e segura a mão dela, que vai se transformando em uma jovem, alta, loira, corpo esguio, seios médios e olhos claros, cabelos longos.

- Quem é você?

- Sou sua mãe.

- Minha mãe?

- Sim.

- Mentirosa, isso tudo aqui não é real.

- Por que Celso?

- Não, você não é minha mãe.

- Sim eu sou.

Pouco a pouco Celso vai se interando, suas lembranças da família se esvai e outras bem antigas vão tomando conta de sua consciência.

- Mãe.

- Sim meu filho.

- Por que me abandonou?

- Filho eu quis ter ido, mais eu não podia.

- Você me deixou lá, sozinho.

- Tinha de ser assim.

- Cadê os outros?

- Vamos ve-los?

- Sim.

Celso caminha com aquela mulher em vestido longo vermelho, ali aos poucos Celso vai diminuindo até ficar um garoto de seus 6 anos.

- Onde esta o papai?

- Sente a falta dele meu filho?

- Sim.

- Ele também sente a sua.

- Mãe.

- Meu lindo.

Assim eles caminham até cruzarem uma ponte de onde abaixo o abismo sem fim, outro lado atravessam uma faixa de floresta e logo entram numa espécie de queimada, várias árvores esfumaçando e outras em chamas.

- Esta tão lindo mãe.

- Claro meu querido do jeito que você adora.

Caminham mais até chegar numa espécie de buraco enorme onde várias pessoas entram e saem em grupos acorrentadas, ali só há sentimento de perda, ódio, ganância, pavor, terror.

Um homem forte, alto, moreno claro, trajando calça, camisa, botas, boné vermelho vem a eles.

- Pai.

- Meu filho. Abraços, o garoto fica felicissimo ao ver seu pai.

07122018lllllllllllllllllllllllllllll

paulo fogaça e IONE AZ
Enviado por paulo fogaça em 09/01/2018
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