A vingança

A vingança

As duas mulheres bateram boca na rua. Não se sabe quem começou a discussão, mas o certo é que aquele embate era inevitável. A esposa grávida aguentara quieta por muito tempo as escapadas do marido

A amante, uma mulher de olhos duros e coração ruim não gostou de ser questionada pela outra. Invejava a casa, o marido e a vida da titular. Decidiu ir a forra. Ficou a espreita e no dia em que a filha do amante nasceu, enviou para a casa da rival uma caixa de bombons finos. O presente não tinha o nome do remetente, e sem nenhuma desconfiança a outra devorou os doces. Em menos de uma hora a morte entrou casa a dentro.

O viúvo com uma filha recém nascida amigou-se então com a amante.

Todas as noites a agora esposa acordava sufocada. Um cheiro forte de chocolate invadia o quarto. Trêmula de medo ela abraçava o marido, mas não falava do que a aterrorizava. Sentia que a morta a espreitava.

Uma madrugada acordou ouvindo o choro da criança. Fingiu estar dormindo. Odiava a menina. O marido levantou e foi cuidar do bebê. Quando retornou ao quarto encontrou a mulher respirando com dificuldade. Desesperado tentou ajuda-la, mas foi em vão. A morte fôra mais rápida.Um líquido escuro escorria da boca da falecida e moscas surgidas do nada vieram pousar no que parecia chocolate. Viúvo agora pela segunda vez o homem chorou angustiado. Em um canto do quarto o fantasma da sua primeira mulher sorria vingada.