A Visita

Pela janela, testemunhava flashes de luz cortando o horizonte, tornando ainda mais soturna a escuridão da noite. Trêmulo, não sabia o que temia mais: a iluminação rarefeita do quarto ou aquela figura desconhecida, postada em frente ao casebre. Sua indumentária negra denunciava ser o emissário do desconhecido e, mesmo tomado pela agonia, não deixava de reparar no sombreiro sobre sua cabeça, que sequer se movia diante da força do vento ensandecido.

Após um período estático, o vulto negro passou a se mover de forma compassada. Capaz de intimidar os seres das trevas, a figura sombrosa não parecia se inibir diante do ímpeto da ventania e chuva. A distância o fazia ostentar um olhar negro, trazendo um clima ainda mais nefasto à cena, principalmente quando suas vestes, banhadas pelo temporal, eram capazes de reluzir a luz dos relâmpagos...

Continua... Se o estranho visitante permitir que viva para narrar seu desfecho!

Rafinha Heleno
Enviado por Rafinha Heleno em 12/02/2019
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