Cavaleiro Misterioso (Fan fiction CDZ) DTRL35

Após a derrota durante a guerra galáctica, os cinco bronze que se julgavam mais fracos dentre os dez guerreiros, decidiram unir forças em busca de um treinamento que fortificasse suas técnicas e auxiliasse o crescimento de seu cosmo.

Durante o curto período em que se recuperavam de seus ferimentos pós batalha, ouviram algo sobre um cavaleiro misterioso, cuja sua estrela protetora era a constelação de crucifixo. Tal cavaleiro seria conhecido por evoluir ao máximo o poder dos que treinavam com ele, se tornando lendários ao decorrer da história desde o início dos tempos.

Com todos de acordo em se submeter a um novo e árduo treinamento, conseguiram um carro cedido pela fundação Graad e seguiram rumo ao local indicado.

Se acomodaram a frente, Jabu na direção, com Nachi a seu lado e no banco traseiro, Ban e Geki, tendo ,Ichi entre os dois.

- Não podíamos ir em dois carros? Tá um aperto enorme aqui entre esses dois.

- Um carro só basta, Ichi.

Retrucava Jabu, compenetrado em seu objetivo, que após conquistado, poderia desafiar Seiya a um duelo.

Seguiam já um bom tempo pela estrada principal, até entrarem em uma rota que claramente foi criada por alguém que não era autorizado a fazê-lo. Se encontrava com uma sinuosa estrada de barro vermelho, com vasto matagal em suas margens.

O sol estava forte e o calor se fazia presente, quando em determinado momento começara a nevar, neve esta, que se transformou em tempestade. Nachi olha incrédulo pela janela sem acreditar no que estava acontecendo, se volta a seus companheiros ainda desconcertado pelo evento e os dirige seu espanto.

- Não faz sentido uma coisa dessas! Como um dia ensolarado como este, pode se tornar algo tão tempestuoso de uma hora pra outra? É melhor pararmos um pouco, pode ser perigoso continuar desta forma.

Jabu para o carro mais a frente, próximo a uma montanha. Os cinco saem do carro e observam a tempestade passar admirados. Geki parecia o mais pensativo e centrado dentre eles.

- Seria isso a investida de algum cavaleiro? Mas eu só conheço um que seja capaz de controlar o frio a seu favor.

Os outro quatro o fitam assustados. Nachi então indaga:

- Você está achando que pode ser o Hyoga?

- Não tenho como lhe confirmar isso

- Mas porque ele faria uma coisa dessas? Não faz sentido.

- Realmente não faz sentido

Passada a tempestade, voltam a seus lugares de origem no carro e seguem seu caminho rumo a quem procuravam. Inquietos e pensativos no que aconteceu a pouco, agora se obrigavam a estar mais alerta durante a viagem.

Quanto mais seu carro avançava, mas escuro e medonho o caminho se tornava. A estrada teria acabado, mostrando um caminho estreito que parecia abandonado a muito, plantas estranhas cresciam pela região, uivos e sons parecidos com gemidos podiam ser ouvidos com nitidez durante o percurso. Ichi parecia o mais assustado do grupo e evitava encarar muito o ambiente.

- Não estou gostando desse lugar. Me dá arrepios.

Ban o olhou e sorriu maliciosamente, como fosse superior por não se sentir afetado pela situação.

Jabu então para outra vez, fica quieto por instantes e em um impulso sai do carro.

- Quem está aí? Apareça seu covarde.

Os outros o olharam sem entender com quem falava. Geki sai do carro também, põe a mão em seu ombro e olha na mesma direção que Jabu olhava.

- Também sinto uma presença. Será o cavaleiro que procuramos?

- Não sei, Geki. Mas sinto algo muito estranho.

- É verdade. Me parece que estamos em um lugar muito pesado.

Entre a mata fechada, sombras em formas diferentes começam a aparecer, se transformando na figura de homens diversos, logo tomam forma completa e começam a criar carne sobre o corpo. A aparência era de alguém que a tempos entrava em estado de decomposição e a deformidade era medonha.

- Não posso acreditar no que estou vendo, Geki.

- Nem eu. O que pode ter feito isso?

Os corpos decrépitos começavam a se aproximar, fazendo os outros três saírem do carro e se aproximarem aos dois companheiros que estavam a mercê dos estranhos inimigos. Ban ataca um dos corpos com um soco, destroçando a cabeça que caia em pedaços no chão e era instantaneamente engolida pela terra. Sua mão tinha ficado com vestígios de carne apodrecida, ele olha enojado para aquilo, mas ataca o próximo com um chute na barriga.

Nachi vendo aquilo, tenta compreender a finalidade de um obstáculo tão visivelmente fraco e de fácil vitória.

- Não faz sentido. Eles não desviam e são derrotados com golpes simples contra o corpo. Porque então, eles aparecem como um empecilho?

Todos atacavam, mas os corpos não paravam de aparecer, quanto mais lutavam, mas surgiam. Vendo que aquilo não teria fim, retornaram ao carro e seguiram as pressas pelo caminho onde estavam seguindo, agora em uma maior velocidade afim de despistar o amontoado de corpos pútridos. Estavam dessa vez, subindo uma espécie de ladeira e a vontade de encontrar o tal cavaleiro tinha crescido após aquilo. Precisavam de explicações para o que viam e não podiam dar resposta lógica.

Em certa altura da subida, o terreno cede e o carro afunda, sendo sugado pela terra batida. Os cinco jovens se veem sendo soterrados até o fundo daquele lugar, caindo enfim, em um local aberto, semelhante a uma caverna. Ficam parados dentro do automóvel, olhando o local com cuidado, tentando identificar algo. O silêncio contido ali era absurdo, quase incômodo. Tudo era terra, com pequenas elevações e entradas, mas todas grandes o suficiente para que por ali passasse um ônibus se quisesse, parecia ter sido feito por mãos humanas, mas era irracional pensar desta maneira. Jabu então encara uma das entradas, pisa com calma no acelerador e segue.

- Vamos descobrir aonde estamos. Devemos estar perto do que procuramos e precisamos de respostas.

Em alguns trechos o local era mais claustrofóbico e escuro, tiveram que ligar os faróis para seguir adiante sem esbarrar em nada.

Seguiam em frente até a luz dos faróis mostrarem um homem em pé de braços cruzados. Jabu freia depressa quase o atropelando, olharam fixamente para ele e viram que vestia uma armadura azul tão bela, que contrastava com o lugar onde estavam. Tinha cabelos claros, olhos serenos e um poder que emanava por toda região.

- Finalmente o encontramos, Jabu.

- Sim, Nachi. Com certeza é ele.

Os cinco se puseram de pé em frente aquele que tinham esperança, ser seu novo mestre. Logo Jabu, se porta como o representante do grupo e inicia um diálogo.

- O que vocês querem?

- Ouvimos falar de seu poder e ensinamentos. Queremos ser seus discípulos e evoluir em combate.

- E porque Carmine de Crucifixo estaria disposto a treiná-los?

- Vínhamos de longe em busca de aprendizado.

- E as dúvidas que sinto em seus corações?

- Como assim?

- Vocês estão intrigados com coisas que viram até chegarem aqui.

- Como sabe disso?

- Nada pode ser escondido de mim. Pois bem, os corpos que vocês viram anteriormente, são meus aprendizes.

Todos olhavam espantados para ele.

- Como assim? Como pode ser?

- Isso que vocês ouviram. Vocês devem ter tido conhecimento de que treino guerreiros desde o início dos tempos. Isso não é nenhuma metáfora ou exagero, eu realmente existo desde o início, não sou um ser humano como vocês e os fracos que não são dignos de poder se transformam em meu alimento. Os corpos que viram anteriormente são os derrotados que estarão eternamente tendo seus corpos devorados.

- Pois garanto que não deixaremos devorar nossos corpos.

- Veremos.

Os cavaleiros de bronze formaram posição de ataque, Carmine faz a primeira investida contra todos de uma vez, levando-os ao chão. Nachi se levanta e tenta usar sua velocidade contra ele, mas é em vão e é deitado ao chão novamente.

Carmine levanta Jabu pelo pescoço e o encara, seus olhos mudam a tonalidade, ficando avermelhados por instantes e logo após, um negro inunda todo seu globo ocular. Jabu sente o arrepiar em suas costas, suando frio diante daquela criatura.

- Como você pode ter se tornado um cavaleiro?

- Me tornei antes de morrer.

Ao ouvir aquela confissão, chuta-o por reflexo e assim consegue soltar-se, Geki aproveita o momento para segurar Carmine por trás e pressionar seus ossos enquanto Ban e Nachi desferem golpes em sequência. Ichi está sentado olhando tudo acontecer e desejando sair dali.

- Vocês certamente estão prontos para receber meu golpe.

Carmine se livra de todos e de pé em frente a eles, abre os braços

- Alma Solitária

Em um instante a caverna não mais existe e agora estão em um lugar frio, a terra é arroxeada, o ar é denso, o corpo parece mais pesado. Andam um pouco sem rumo e encontram o carro capotado. Apenas tiram as armaduras e as vestem, mesmo que ainda estejam avariadas pela guerra galáctica, ainda são um ponto forte de proteção.

O frio aumenta, o vento uiva forte, a terra começa a se misturar com sal. Carmine reaparece e eles param sua caminhada.

- Bem vindos, cavaleiros

- Onde estamos?

Ichi se mostra zangado de uma forma que nunca tinha ficado antes. Parte em direção ao inimigo e usa as garras venenosas de sua armadura, acertando uma joelhada no queixo de Carmine.

Ichi percebe algo estranho e sente que foi ele quem recebeu todo o veneno do golpe.

- Não entendo. Como eu posso ter recebido meu próprio golpe?

- Não entenderá, realmente. Apenas irá sofrer enquanto seu corpo sucumbirá vagarosamente. Gosto das mortes pacientes.

Carmine anda em direção a Ichi. Vendo isso, Nachi corre para tentar protegê-lo e acerta seu punho em vários locais do abdômen, mas ao olhar para cima, vê que nada o atingiu realmente.

- A você, esfarelarei sua alma.

- Hã?

Com a mão segurando a cabeça de Nachi, despedaça sua alma, fazendo o corpo do cavaleiro de lobo cair imóvel e sem vida.

Os três remanescentes, se revoltam e atacam ao mesmo tempo. O cavaleiro de crucifixo se desvia dos golpes, aparecendo por trás de Geki e o abraçando.

- Estou apenas retribuindo seu abraço

O aperta cada vez mais forte até que seus ossos são quebrados, aperta ainda mais para sentir os órgãos estourando e a hemorragia tomar conta de todos seus orifícios, criando uma cachoeira de sangue.

Ban e Jabu se olham espantados, Carmine então se certifica que Ichi também já está morto.

- Faltam apenas vocês dois. Quem terá a chance de seguir em treinamento?

O horror toma conta deles, agora tinham entendido que apenas um poderia ficar vivo e ainda foram obrigados a assistir seus companheiros serem mortos de formas terríveis.

- Não matarei o Ban, seu demônio.

- Nem eu mataria o Jabu. Você irá pagar por isso que fez

- Como irei pagar, se apenas vocês podem morrer aqui?

O frio na espinha aumentava, agora entendiam que não tinham como matar alguém já sem vida. Não sabiam o que fazer.

Ban e Jabu sentiram seus corpos serem perfurados em diferentes pontos, ao se entreolharem, podiam ver os vermes que sentiam correr corpo adentro. Ban olha uma última vez para Jabu e cai sem vida a seus pés.

- Você nos trouxe ao inferno?

- Não. Você desejaria estar no inferno a estar aqui.

Jabu então finalmente tem sua vida findada e se junta ao grupo de mortos. Carmine olha os novos cadáveres que criou, quase que com admiração ao que enxergava.

- Acorda Jabu

Jabu abre os olhos e se vê deitado ao volante, com Nachi ao seu lado tentando acordá-lo. No banco de trás, Geki, Ichi e Ban

- Foi um sonho?

- Do que está falando?

- Nada. Esquece isso.

Jabu então, olha o horizonte a sua frente suspirando de alívio, mas sua expressão muda completamente quando reconhece a figura de Carmine vindo na direção do carro. Os demais cavaleiros também compreenderam que não se tratava de um sonho e sentiram aos poucos suas carnes apodrecerem dentro do carro.

Tema: Viagem de Carro

Kadu Hammett
Enviado por Kadu Hammett em 10/06/2019
Reeditado em 11/06/2019
Código do texto: T6669848
Classificação de conteúdo: seguro