O dia de acampar

Corria para o mato em busca de Suzane. Havíamos acampado com alguns amigos que eu nunca vi para comemorar seu aniversário. Suzane era minha prima, sempre muito aventureira e feliz com novos desafios.

Ela disse para o grupo que estava indo buscar madeira para fazer lenha, mas já fazia 2 horas, algo provavelmente está muito estranho.

- Gente ela está demorando muito, entendo que a madeira é pesada, mas não é normal essa demora. Irei procurar.

A galera me olhou de um jeito estranho. Nem liguei.

Juro que pensei no telefone, mas no lugar que estávamos o sinal nunca iria funcionar.

Aquele lugar era novo, foi ideia do Marcos, um guia local amigo de Suzane, ele trouxe seu grupo junto, disse para todos que era tranquilo e bem aconchegante, sem falar da paz e da vista.

Andei por 40 minutos gritando seu nome, não encontrei absolutamente nada. Corri um pouco e de longe vi algumas madeiras no chão. Era dela! Certeza que era, a pergunta que fica é: por que estão largadas aqui? E outra, por que Suzane não está presente?

Os rastros estavam frescos no barro, os segui e dei de cara com uma cabana. Era pequena e bem estranha. Vasculhei ao redor pelas janelas em busca de encontrar qualquer coisa. Nada.

Resolvi entrar, bati na porta principal e ninguém me respondeu. Mesmo assim girei a maçaneta e entrei. Era um lugar estranho, a poeira tomava conta e eu sentia um cheiro forte de carniça. Vai ver algum bicho do mato morreu aqui ou algum caçador matou. De longe posso ouvir alguns gritos de socorro.

Parece ser Suzane, a voz é a mesma.

É SUZANE!

- Prima, estou aqui onde você está? Calma onde você está?

Suzane

- ......................primo, aqui embaixo.

Havia uma entrada no chão, estava em baixo do tapete, consegui notar pelos gritos vindos de Suzane.

Puxei o tapete e tentei abrir, totalmente em vão.

- Segura ai, vou chamar os outros. Segura um pouco.

Sai em disparada para avisar o restante do pessoal que estava com a gente. Mas no momento em que sai da cabana, dei de cara com todos.

- Gente, não vão acreditar, Suzane está escondida aqui, por favor me ajudem.

O guia Marcos junto do restante deu uma boa gargalhada. Logo após isso eu não vi mais nada, tudo escureceu.

Acordei ao lado de Suzane amarrado no porão sem poder me mover.

- Meu Deus prima, o que está acontecendo aqui?

- Eles te pegaram também, não é? Foi o guia primo, ele e o restante do pessoal.

Guia Marcos

- Meus parabéns, vocês vieram para o jantar, quer dizer, vocês são o jantar. Não é mesmo, Lia?

Lia amiga do Guia Marcos

- Com toda certeza, ele deve ser delicioso com um bom tempero, eu prometo que irei cortá-lo em tiras de bife bem suculentas para servir a todos.

Marcos

- Vamos pegar ela primeiro, já está aqui a maior parte do dia, deixe-o para sobremesa.

Eu

- Que merda é essa? Vocês estão loucos?

Suzane

- Primo, perdoe-me! Eu não devia ter aceitado essa ideia de acampar, ainda mais sem conhecer ninguém.

Todos começaram a rir da situação. Eu entrei em desespero, Marcos por outro lado, pegou um facão gigantesco e começara a afiar. Quando todos pararam de rir, o seu objetivo estava certo. Minha prima.

Marcos

- Olhe, não sou tão ruim assim, prometo te dar uma morte rápida e tranquila.

Assim que terminou de falar, pegou o facão e passou sobre o pescoço de Suzane. O corte foi rápido e o sangue jorrou em seguida. A cabeça de minha prima rolou sobre o porão empoeirado.

Fiquei em choque, travei e só conseguia observar a cena.

Marcos foi cortando o restante do corpo de maneira objetiva em pedaços menores. O sangue jorrava pelo lugar, parecia uma festa de horror, todos estavam se divertindo. Eu sabia que minha hora iria chegar. Eu sabia.

De imediato senti meu peito se rasgando, Lia me cortara lentamente, a adrenalina me tomou conta, meu sangue foi sendo derramado, eu cai e logo após não vi mais nada. Foi apenas um sopro, senti meus órgãos no chão, tudo estava quente, eu agonizei e depois foi muito rápido. Apenas escuridão.