MADRUGADA..PARTE II
Os segundos são aterrorizantes, são como um relógio que pára no tempo.
Os minutos são mais que horas e sol não vai despontar tão logo, ainda tenho muito pelo o que passar.
Os solavancos insistem em me atormentar ainda mais, e se tornam cada vez mais fortes em curtos intervalos de tempo. Não sei o que me puxa, não quero olhar, quero saber, mas não quero ver.
Ouço barulhos e sinto como se uma corrente de ar mais forte passasse pela porta e permanecesse nas paredes, é só uma sensação, porque ainda continuo debaixo das cobertas.
O ar começa a me faltar, a respiração fica mais difícil, não tenho como permanecer muito tempo aqui debaixo, preciso sair ou ao menos deixar uma fresta entre o colchão e as cobertas para que o ar possa entrar. Mas como se mal consigo me mover de tanto pavor, e sabe lá o que vou encarar ao sair daqui.
Cerro os olhos e descubro a cabeça buscando rapidamente respirar, consigo, mas alguma força me impede de voltar para meu esconderijo de cobertas.
O medo trava meus sentidos de sobrevivência e só quero me sentir acolhida, protegida, não tenho coragem de lutar contra tudo isso e acabo me entregando ao desconhecido...
...continua.