Sem Anestesia

A moça passou em frente à porta do cemitério morrendo de medo. Mas precisava passar por ali para ir para casa.

Havia se esquecido da hora enquanto conversava com os amigos depois da aula.

Quando passava ouviu gritos horríveis e seu primeiro impulso foi correr. Mas se deteve ao perceber que pediam por socorro.

Parecia o grito de alguém que sentia muita dor, como se lhe estivessem arrancando o dente sem anestesia.

Então se escondeu atrás do ponto de ônibus em frente à portaria do campo santo e ligou para a polícia.

Os guardas chegaram entraram no cemitério. E viram um túmulo arrombado e os restos mortais de um pobre defunto em total desordem, o crânio estava em cima do túmulo.

Dois rapazes apareceram e se entregaram. Eram Ladroes, estavam assustados e arrependidos dos seus atos. Ladroes que costumavam roubar túmulos e que além da placa de bronze queriam os dentes de ouro do falecido. Apavorados, pois não contavam com aquele pedido de socorro que ninguém conseguiu explicar de onde vinha.