A Presa Perfeita

Ao nobre Barão e Senhor das sombras, e meu inestimável amigo : Linx

Era tão linda. Sempre sorridente com seu vestido azul florido. Eu acordava todos os dias com suas risadas pela casa. E apesar de tudo que eu enfrentava,os problemas,o abandono, o abuso...

Uma lágrima cai silenciosamente...

Mas ao ouvir aquele sorriso, eu me sentia no paraíso,era meu refúgio... Tão nobre e singelo.

No castelo de luzes apagadas, no morro dos ventos uivantes,faltavam 30 minutos para meia-noite. E sua presa estava lá, sua escolhida, sua amada e singela : mãe.

... Aline sempre acordava ouvindo o sorriso de sua mãe, e sua voz doce convidando-a para ir á igreja.

- Acorde querida, é hora de ir é missa,afinal a filha do prefeito não pode faltar!

_ Claro mamãe,sempre!

E assim todos os dias. Porém com o passar do tempo, Aline sentia-se diferente, com desejos estranhos, vontades que se arrepiavam. E na igreja ela sentia-se reprimida, mas segura, e com muitas dores de cabeça. Aquilo a consumia e sempre atacava quando estava na igreja. Tudo girava. Aquelas pessoas gritando, o círculo, e logo depois a pancada nna cabeça e o desmaio.

Pecado! Morte! Queima! Isso é coisa do demo... Pecado! Deus liberta! Oremos! ela tem que se curar!

Após o desmaio, eu acordava em minha cama, e o desejo esquisito vinha... Mas um dia eu descobri! O desejo arrepiante tinha nome e local fixo, e em meu quarto eu ficava horas naquela delícia de momento e de movimentos ritmicos e lembrando de homens bonitos e coisas deliciosas... Eu tinha achado a cura para minha dor de cabeça terrível... Mas durou pouco, um dia Luís( namorado-amante da minha mãe) viu a cena, e disse que aquilo era pecado, e ele ia me levar para igreja!

Não! Nunca mais eu queria ficar naquele círculo com pessoas ao meu redor!

Mas ele disse que podia me salvar! Sanar o meu pecado!

Aí começou...

As tardes, as doenças, as aulas que não existiam, os abusos...

Para fugir encontrei Charles, e ele também fugiu de mim...

E agora minha mãe foi-se embora fingindo não saber da história... de nada...

Acabou o sorriso, a voz doce, o vestido florido.

Quinze para meia-noite, vou visitar minha presa.

Charlise em seu traje vermelho, em seu refúgio num lugar esquecido pelos homens...

Olá presa, uma noite linda para sofrer e agonizar não acha?

- A mãe estava amarrada a parede do calabouço, numa cela onde só se via, bem lá em cima a luz da lua. Totalemnte moribunda, acordada ainda graças as Aspirinas! - Santas Aspirinas...

Desesperada e sedenta por perdão!

É sempre assim, na hora de morrer a angústia toma conta e um pedido de perdão!!

Aproximo-me com seus lábios em um prato. Sim eu os cortei fora! nunca mais ela sorriria, nunca mais ela falaria que o amante dela era mais importante que eu, nunca mais ela chamaria ninguém de querida, nunca!

Graças as aspirinas, ela estava acordada e viu a lâmina de meu bisturi cortando seus lábios, apodrecendo sua boa com seu sangue sujo de pecado e luxúria!

E agora, ela sim... ela irá comer, o que tanta dor me causou... A presa recusa-se, não consegue gritar, seus olhos estão fascinantes,dominados de pavor e medo!!

Ela se debate, empurra, mas mastiga sua carne, saboreia o pecado sujo, seu corpo se entrega...

Primeira badalada da meia noite....

Você cometeu um pecado mortal, vários dos sete pecados!

Então só me resta uma sentença: Morte por apredejamento...

Um vestido vermelho, e uma risada maléfica ao som do relógio batendo meia noite!!

Dois dias depois um corpo dilacerado é encontrado nas redondezas boiando no rio, amarrado a ele uma garrafa com uma mensagem dentro:

Com os cumprimentos de Nêmesis, a inevitável...