AS AMORAS DO HASSAN

Hassan Ali era desprendido. Usava quase que sempre

a mesma calça, e a mesma camisa. Gostava de amendoin. Como era de idade, não pagava trens ( naquela época havia trens longa distância). Sentava-se num banco, tirava de sua sacolinha

a Bíblia, ou o Alcorão e ia conversando com o passageiro do lado. Até o Final da linha. Na volta

era a mesma coisa. Um dia ele pegou um trem que pernoitaria na ultima estação. Ficou pela plataforma. E como havia um pé de amora, foi comendo amoras. O guarda desconfiou.

Prendeu Hassan Ali. Na delegacia, vazia, ele mostrou ao delegado de plantão os documentos indús e brasileiros. E ficou conversando com o delegado, até o amanhecer.

Dizia que a vida não é uma luta sem sentido, ou uma selva de feras que brigam pôr dinheiro. Ensinava que a vida é Felicidade, contínua celebração crística, é um canto de paz que reinicia, e reiniciará amanha, com cada novo sol. Com cada LUZ.

Era meigo, sempre falava baixo. De uma inteligêgência aguda

Um dia ele pegou um trem que pernoitaria na ultima estação. Ficou pela plataforma. E como havia um pé de amora, foi comendo amoras. O guarda desconfiou.

Prendeu Hassan Ali. Na delegacia, vazia, ele mostrou ao delegado de plantão os documentos indús e brasileiros. E ficou conversando com o delegado, até o amanhecer.Sobre Bíblia, Alcorão,

, Buda, Esoterismo,e outras facções.

Quando amanheceu o delegado disse;

_- Mas, eu sou um livre pensador!

-- Então o único preso aqui sou eu. - respondeu Hassan Ali

- Voce nunca esteve preso. E' livre. Pode partir quando quiser - respondeu o delegado.

_ Então viva a Liberdade! - Disse Hassan Ali,

No patio pegou algumas amoras, e correu a tempo de pegar o primeiro trem que partia.

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DON ANTONIO MARAGNO LACERDA
Enviado por DON ANTONIO MARAGNO LACERDA em 20/10/2005
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