SONHANDO (mini-conto)
Sonhava. Acorda, levanta-se e pega a xícara deixada na
cabeceira para levar à cozinha, ainda com imagens do pesadelo que
acabara de ter. Ao tocar o pires que ampara a xícara de chá,
percebe os restos de um papel rasgado e amassado. Imediatamente também sente umas baratinhas subindo-lhe o braço.
Acordou. Levanta-se e pega a xícara deixada na cabeceira
para levar à cozinha, ainda com imagens do pesadelo que acabara de
ter. Ao tocar o pires que ampara a xícara de chá, percebe os restos de um papel rasgado e amassado. Imediatamente se senta na cama, liga o
abajur e começa a juntar as peças de papel rasgado.
Quando refeito o quebra-cabeça, em estado de urgência, relê as
palavras: isto é um pesadelo, também.
A luz do abajur se apaga, pedaços de papel e pesadelo se espalham
pelo quarto escuro. Espera na cama, em grande angústia, acordar ou
não deste agora. Suor, temor. Queria água, queria acordar. Mas este
que parecia ser outro pesadelo, era pesadelo de um cômodo só, uma
noite só, uma frase só, uma xícara vazia, a esperança de acordar...
sair andando e, nem tão só e tão lacônico, matar a sede, parar de
esperar.