Diálogo entre literatos

Diálogo entre literatos

Em uma determinada noite, bem ali no bar do paraíso, alguns escritores e poetas da noite, bem como a elite da literatura mundial, estavam a dialogar sobre suas obras e criações que deixaram na Terra.

O grande Machado de Assis, olhou para seu contemporâneo José de Alencar e lhe argüiu: Alencar - até hoje não tenho a real certeza e não posso afirmar que a minha “Capitu” deslizou pulando a cerca, levando o “Bentinho” a ser mais um marido traído.

José de Alencar, então lhe respondeu: - Machado, Machado, os grandes literatos e pensadores já fizeram vários tratados sobre o tema e até hoje não chegaram a nenhuma conclusão sobre o assunto, então por que se preocupar? E continuou: - Veja o exemplo do Victor Hugor, o seu “Os Miseráveis”, era somente uma obra de ficção, no entanto, a realidade se faz presente, desde sua época, e a cada dia outros tantos e tantos miseráveis se multiplicam no mundo cotidiano e se ele assim desejar poderá fazer vários e vários tratados sobre outros miseráveis que o mundo criará.

Então, Machado comentou: e sua Lucíola, hoje existem milhões a caminhar pelas cidades em busca de uma oportunidade ou de um programa para ganhar a vida.

Nos dias atuais já não se fazem Diva, Senhora e Lucíola como você as criou, você não acha?

Alencar respondeu – os literatos estão sempre em evolução e podem ter criado algo bem melhor e olhando para Alexandre Dumas, foi direto. Sua “Dama das Camélias” têm corrido o globo e já foi apresentada na maioria dos países, no entanto é o seu “Conde de Monte Cristo” que até hoje emociona todos aqueles ávidos de aventuras.

Alencar silenciou e Dumas falou com Honoré de Balzac e disse: Balzac, você virou moda e ditou estilo entre as mulheres, o que você acha disso?

Realmente virei moda e estilo “, as famosas balzaquianas”, que são as damas na casa dos quarentas anos. Mas, quem virou e ditou e dita estilo a ser seguido e todos gostam de aprecia-lo é Nicolau Maquiavel, que com seu “Príncipe”, há mais de 700 anos que ele vai ensinando a reis, príncipes e governantes a se perpetuarem no poder.

Então, Maquiavel se expressou: nossa! Eu posso ter inspirado e ajudado acontecer várias revoluções e evitada outras, no entanto, O “Grande Confúcio” há mais de 10.000 anos que na China tem conquistado e influenciado seguidores com seus ensinamentos, o que vocês acham quem foi mais importante na literatura, Confúcio com seus 10.000 anos ou minha pessoa com seus 700 anos?

Nossa! Assim falou Confúcio – eu posso ter influenciado a milhões de seguidores com os meus ensinamentos, mas foi o “Grande mestre Jesus” que nada deixou escrito, todavia os seus pensamentos atravessaram e prosseguirão por muito mais milênios, bem mais que os meus 10.000 e há centenas de milhões de seguidores e há até centenas de milhares de religiões fundada em seu nome e por seus pensamentos, por suas idéias já foram feitas guerras e muitos inocentes já foram ceifados nas cruzadas.

Confúcio voltou a falar - vejam só, “O Boca Maldita”, o nosso Gregório de Matos; um baiano que se tornou a expressão maior do estilo Barroco no Brasil, até hoje é popular devido suas sátiras aos políticos e aos religiosos.

Gregório, então olhou para o amigo Confúcio e disparou: é ainda sou muito comentado nas escolas do Brasil, todavia, do que escrevi, o que mais gostei foi “Verdades Miúdas”, no entanto, Gonçalves Dias quem tem muito mais admiradores com o seu “I Juca - Pirama”, o qual está imortalizado na literatura brasileira, bem como sua “Canção do Exílio”.

Gonçalves Dias, que se encontrava absorto lhe respondeu: eu posso ter ficado famoso, mas não tanto quanto Álvares de Azevedo, que veio mais cedo para aqui e o seu poema “se eu morresse amanhã”, ainda será lido e declamado por milhões de jovens nos colégios do Brasil, bem como “A Lira dos meus Vinte Anos” e Noites nas Tavernas.

Alencar, então voltou a falar e comentou: na sagrada literatura brasileira, ainda não houve poeta como o baiano Castro Alves que com suas “Espumas Flutuantes”, fez revolucionar os literatos com seu “Navios Negreiros”, “Vozes da África”, “Um Laço de Fita” e muito mais.

A bem da verdade, continuou Alencar; o Brasil nada tem a dever aos maiores expoentes da literatura mundial, tais como Dostoievski, que com seu “Crime e Castigo” e “Os irmãos Karamazovsky” até hoje é lido por centenas de milhões de pessoas. Leon Tolstoi, com o seu “Vida e Paz”, Gibran Kalil Gibran com sua pérola maior, “O profeta”, e seus coadjuvantes: - Asas partidas, Segredos do coração e muitos outros de sua criação, Hermam Hess e suas grandes obras, tais como: Sidarta, Demian, O Lobo da Estepe. Há outras infinidades de exponenciais que estão aqui presentes e se continuarmos a falar, passaremos anos e anos a enumerar grandes nomes de nossa literatura bem como dos mais famosos mundialmente no mundo inteiro.

O certo é que o público é que se torna o grande privilegiado, porque podem com relativa tranqüilidade escolher obras raras para se deleitarem a despeito do preço que a cada dia está pela hora da morte e por sinal no Brasil está exorbitante.

Bem, amanhã voltaremos a dialogar novamente sobre este belo assunto que é a literatura, principalmente dos novos escritores que surgem com potencial imenso, todavia não conseguem espaço, devido as Editoras que se preocuparem somente com os exponenciais.

Então, os amigos foram passear pelos arredores para procurar inspiração a fim de enviar aos seus privilegiados moradores na terra.