Capítulo I: Chamem meu advogado!

Me levantei às três da madrugada da cama. Estava nu. Ao meu lado, duas mulheres jovens, também nuas, deitadas, cobertas apenas por um lençol branco de algodão. Me afastei com cuidado delas, deixando-as dormindo ainda. Uma delas gemeu alguma coisa, mas ignorei e fui ao banheiro.

Me olhando no espelho, sorri. Estava feliz. Mijei no vaso sanitário e caminhei até a cozinha, passando pela sala de jantar e de estar, vazias, sem móveis, apenas luz e oxigênio. Abri a geladeira, peguei um pedaço de pizza de calabresa e uma garrafa de cerveja e fui para a varanda, ainda nu. Ventava um pouco, mas não me importei. Terminei a pizza e joguei a garrafa vazia no canto da varanda.

Voltei ao quarto e me deitei entre as duas desnudas. Estava cansado. Não me cobri e dormi. Acordei sozinho na cama. Olhei no relógio e já eram dez da manhã. Me levantei a procura das minhas companhias da noite passada. No quarto e no banheiro não as achei. Fui até as salas e nada. Foram embora, pensei. Vadias gananciosas. Abri e geladeira e cai para trás, atônito e em choque. Havia uma mulher lá dentro.

Estava morta.

Corri até a varanda para poder vomitar no cesto de lixo, mas não deu tempo. Quando abri a porta, já estava colocando tudo para fora. Cai desmaiado no chão, quando vi que a outra mulher também estava lá, morta e amarrada, com os olhos ainda aberto e uma expressão de pavor.

Acordei com uma voz feminina ao fundo. Me chamava pelo meu nome. Assim que abri os olhos vi uma enfermeira, porém não era nada sexy. Saiu e voltou com três policiais que me disseram que eu estava preso por matar duas mulheres na noite de ontem. Me lembrei de tudo. Disse que era impossível que tivesse feito tal coisa mas, um dos policiais levantou o celular e disse que tudo havia sido postado nas redes sociais. Minhas redes sociais. Gravei tudo, cada assassinato.

Curiosamente, três meses depois eu era eleito o cidadão do ano. Como? Eu simplesmente disse:

- Chamem meu advogado!