Pedro, o pescador (nazista assassino)

Boa tarde meus 23 fieis leitores e demais 36 que de vez em quando aparecem por aqui para assassinar minhas crônicas, praticando assim o nazismo literário. Quem já não foi suspeito de algo?

Pedro estava em seu caíque verificando as redes de pesca, absorto. Uns assovios chamam sua atenção para a margem. Lá estava o delegado de Charky City e uma outra pessoa lhe acenando. Foi lá conferir o que era.

- Olá, Pedro, precisamos da tua ajuda.

- Estamos aí, delegado Gil.

Subiram os dois no caíque e Pedro facilmente os levou para um ponto de difícil acesso na outra margem do rio. Possuíam informação de que lá se encontrava o corpo de uma jovem sumida recentemente. Chegando lá, avistaram-o no local indicado.

- E agora, delegado?

- Vamos tirar ela daí. Tem como?

- Mas claro.

Valendo-se de toda sua prática de décadas como pescador naquele rio, Pedro aproximou a embarcação o máximo possível, desvencilhou com um dos remos o corpo dos galhos em que estava emaranhado, se esticou ao máximo e com uma das mãos trouxe-a para perto da borda. Os policiais olharam preliminarmente para o corpo em busca de alguma evidência.

- Ela está toda enrolada numa linha - disse o delegado.

- E linha, aqui no rio, é coisa que pescador usa... - disse o outro homem, olhando para Pedro.

- Vejo que o senhor não entende nada de pescaria. A linha que a gente trabalha é mais grossa. Essa daí é de quem pega lambari na margem - respondeu Pedro, incomodado, debochando.

O delegado Gil não disse nada, apenas olhou para seu acompanhante como quem diz "porque não te calas?". Foram para a margem e chamaram a perícia. Pedro voltou a seus afazeres. O policial, contrariado, manteve as suspeitas para si. A linha e a facilidade com que chegara ao local e retirara o corpo eram-lhe muito estranhas.

Começou a investigar o pescador. Pedro Schneider, 62 anos, casado com Eva Schmidt e pai de um casal de filhos. Todos na família eram loiros e de olhos azuis. Até aí tudo bem, um casal de imigrantes alemães terem essas características e passarem-na à descendência era normal. Entretanto, um detalhe lhe chamou a atenção durante as investigações: ele possuía quatro gatos, todos brancos e de olhos azuis. Ah, isso era algo interessante, revelava uma preferência incomum por determinadas características étnicas. E mais: a moça assassinada era negra. Um crime racista? Sim, era o que isso indicava. Aquela família, mais do que uma família alemã, era ariana! Sim, Pedro era um pescador nazista assassino! E os gatos arianos eram o indicador preciso. A prova principal era a linha em que o corpo havia sido encontrado envolto. Mas como ligá-la ao provável criminoso?

Isso vocês só vão saber na próxima sexta-feira...

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".).

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 07/12/2018
Reeditado em 15/12/2018
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