Esperança?

- Ah, então foi isso que aconteceu.

- Sim, foi.

- Realmente, é como eu esperava.

- Como assim?

- Você foi pra um lugar estranho com um planejamento "pífio" e não mediu as consequências dos seus atos. Isso que dá crer em filmes de Hollywood...

- Tá, mas vai me ajudar ou não?

- Claro que sim. Uma coisa que detesto são esses caras metidos a valentões. Pra ti, eu faço por 2000.

- Oi?

- O que? Achou que seria de graça? Minha filha, eu tenho contas a pagar também.

- Tá, mas 2000 reais pra dar um jeito em um cafajeste?

- A porta da rua é serventia da casa, dona.

- Como é que é??

- Calma, calma vocês duas!

- O que você tem a dizer agora?

- Letícia, uma palavra aqui no privado, por favor.

- Tá...

Assim, saíram os dois para a sala rapidamente para trocar três dedos de conversa.

- Mas que porra você tá fazendo?

- Luís, eu só quero justiça, não pagar um computador por "umas porradas"...

- E quem disse que você não terá justiça aqui? A diferença é que vem com o acréscimo de algum "acerto de contas"...

- Ela vale tudo isso? Sinceramente, achei cara...

- Sim, ela vale.

- Porque por esse preço, eu poderia pegar um investigador particular pra fazer o serviço...

- Alguém que você não conhece que provavelmente não seria tão bom quanto ela.

- E qual as credenciais dela?

- Foi da polícia federal por 10 anos. Tá bom pra você?

- Hmm.. Ok, você tem minha atenção... E é de lá que você a conhece?

- Err... digamos que sim.

- ?

- Nós namoramos por um tempo...

- Sério? Eu sabia que você tinha um gosto pro perigo, mas nesse nível...

- Bem, foi há muito tempo atrás, mas ela me ensinou muito. Depois, trabalhamos juntos e acabou ficando a amizade.

- Ah, sei.

- E aí vai confiar nela?

Letícia inspira bem forte e diz.

- Bem, vamos lá, mas se fracassar, você me paga um jantar.

- Feito.

Letícia e Luís voltam a sala e, mais uma vez, a conversa é retomada com Ana.

- Ok, eu pensei e toparei a sua ajuda.

- Certo, agora ficará em 2500.

- O quê??

- Ué, pensa que não vi você duvidando ali atrás? Meu preço é esse agora.

- Aff! Está bem! Está bem! Como iremos proceder então?

- Que bom que você perguntou! Primeiramente, irei observar a área e acompanhar esse cidadão no trabalho por uma semana para ter noção dos seus hábitos e costumes. Depois que estiver com isso detalhado, poderei planejar um curso de ação.

- Ah, entendi. E isso vai dar certo?

- Ué, pergunta pro Luís o meu histórico.

- Cinquenta e seis casos resolvidos e contando.

- E há quanto tempo você está nesse "ramo"?

- Há uns 3 anos.

- Ok, você me convenceu. Então, quando iremos começar?

- Na segunda-feira da próxima semana, irei começar a minha observação. Não se preocupe que lhe manterei a par das novidades.

- Ok, estou contando com você.

- Não vai se decepcionar.

- Grata, até logo.

- Até.

Dessa forma, Luís e Letícia saíram da casa de Ana com um sentimento misto de confiança e assombro pelo próximo desenrolar dos acontecimentos. Entre uma luz de esperança e o medo do insucesso pairava uma certa dúvida. Enquanto isso:

- Alô, é da casa do Tadeu?

- Sim, só um minuto.

- Alô?

- Olá, surgiu uma tarefa pra você.

- Ah, oi Ana. Qual a bronca dessa vez?

- Preciso que você vá na periferia do Zé e siga a rotina de um dos seus frequentadores.

- Quem?

- Um tal de Hermeto...

O Andarilho

Rousseau e o Andarilho
Enviado por Rousseau e o Andarilho em 12/07/2019
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