Cortinas

Visto da janela era assim: imenso e colorido. Sua queda foi suave, mas cobriu toda minha visão. Lentamente. E eu tentava tocar em suas pontas e trazê-lo comigo; pesado, mas palpável.

Queria possuir suas cores e venturas de tantos ventos, tantos quereres. Por fim, consegui. Arrastei o enorme pára-quedas para dentro do meu quarto de menina. Maravilhada, descortinei o mundo. Mas ele não me interessava mais. Não tanto quanto o manto multicolor, a minha cortina.

No canto, em sua velha poltrona, meu avô me dizia: E agora.....