A ACUSADA
Conto surrealista de:
Flávio Cavalcante

     
    
 Sabe aqueles sonhos que a gente acorda e parece que ainda estamos vivenciando aquela história? Sonhos até com pessoas que não fazem mais parte da nossa convivência e quando acordamos, tomamos a ciência de que tudo não passou de uma história montada pela nossa mente enquanto estávamos dormindo?
 
     Estórias que vêm como uma nuvem de fumaça e vão se dissipando gradativamente até cairmos na real que tudo se foi sem deixar vestígio algum. Muitas vezes uma estória contada num sonho parece ser tão real que ao acordar, o nosso dia parece ainda permanecer voltado para irrealidade.
 
     Aconteceu nesse conto e foi algo tão forte que ainda permanece grudado em minha mente como se não quisesse acreditar que tudo aquilo não passou de uma estória. A princípio cai como um roteiro cinematográfico. Ser acusado de algo injustamente é tenebroso. Assim aconteceu nesse conto surreal.
 
     A cena era noturna, bem altas horas da madrugada. O cenário principal era uma rua de paralelepípedos, composta de algumas casas humildes em volta, típicas de uma cidadela de interior.
 
     O relato em detalhes, conta a história de uma moça que foi acusada de roubar uma joia numa sala de aula. Para ela, tinha uma veracidade aquela acusação, mas como tudo era surreal. A moça de fato roubou e foi presa; mas, repentinamente sabíamos que ela estava sendo acusava injustamente.
 
     A partir daí começou uma perseguição e a fuga da garota. A Polícia tentou captura-la mas não conseguiu. A jovem era muito esperta e conseguiu escapar de todas as tentativas de prisão.  Finalmente ela foi capturada em sua casa.
 
     O cenário era uma imagem bem deformada mas parecia ser uma rua deserta. A Polícia a algema e ela disse que não ia passar por aquele constrangimento de ser algemada perante todos do lugarejo. Relutou a prisão e foi jogada numa Kombi. O policial Parou para resolver um outro assunto e uma mulher negra disse “foge”. Entregou para a prisioneira uma picareta para ela quebrar a corrente. Sem perder tempo, ela quebrou a corrente e saiu correndo pelo matagal. A Polícia saiu atrás.
 
     O desfecho da história foi quando ela conseguiu passar a prova do crime para outra pessoa e a partir daí, acabou sendo inocentada pela polícia, além de ser homenageada.  Como num passe de mágica o ambiente cenográfico é mudado rigorosamente e a moça acabou recebendo um presente como pedido de desculpas. No final ela ganhou o presente do policial em duas caixas separadas.  Ao abrir a caixa ela ficou surpresa. Dois bonecos de plásticos. Ambos de material tipo borracha e um deles parecia uma espécie sapo de coloração amarela; o outro parecia o piu piu do desenho looney tunes. Primeiro elas receberam uma ligação de um policial que disse que vai levar para cada uma um presente. A pergunta embaraçosa. Quem era a outra garota que estava com ela?
 
     Houve também um momento de uma assinatura como uma espécie de casamento onde o acusado assinou como testemunha, também não me pergunte o que e o porquê. Foi nesse momento que ambas receberam os presentes e chegou o final do filme. Acordei sem entender bulhufas desse sonho, mas fiquei incomodado o dia inteiro. Passei o dia bastante tenso; parecia que ainda estava vivenciando toda aquela história sem pé e sem cabeça.
 
 
FIM
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 25/06/2018
Código do texto: T6373875
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