Paradoxo de Teseu

Posto diante da angústia a pensar sobre a vida, nas possibilidades e caminhos à desenrolar, era engolido por sua mente. Menos esperançoso que ontem e engatilhado por diversas questões psicológicas diante da materialidade histórico, questionava a existência. “Hoje”, a nebuloso do pensamento cintilara em outras galáxias, “por um mínimo, me poria diante de uma loucura num bailado frenético sem medir consequências, encararia o abismo olhando fixamente para o gargalo da escuridão e provocaria-o sem temor ou tremor algo fora de qualquer comum. A loucura as vezes é tão apaixonante, excita a alma”. Junto a tudo que carregava dentro de si havia uma vontade  indivisível em viver, em lutar. Contudo, tinha também uma sede desesperada de que o contrário era uma opção, e sua opção. A vida não lhe fora dada como uma opção, a morte, pelo contrário, seria uma opção possível, se assim o desejasse.

Não entendia deus como todos aqueles que o cercava tinham por hábito entender. Era claro em seus pensamentos que quando algo se tornava hábito esvaziavar-se-ia do sentir. Nunca o entendera essa perspectiva platônica do ideal que dá direito a uns somente, gostava mais das ideias correndo solta de forma pré-epistemologica. Como lhe seduzia a ideia de que o ser se movimentava na natureza e com a natureza. Aquele ideia simbólica do cabala em que dois triângulos formam uma estrela de seis pontas, onde um indica o ser e o outra a existência sempre, o chamava mais atenção que a ideia mítica hebraica. “É tão mais bonito olhar para apropriação de Salomão de um símbolo cabala como ser e existência”, pensava... “e, responde mais aos conflitos da materialidade histórica que a ideia metafísica de um povo, entre tantos que lutam no mundo, que possua o predicado da salvação em detrimento à todos”. Havia mais justiça nessa visão, segundo sua razão, que o próprio deus de justiça mítico das estruturas do sagrado onde se desenham a oniciência.

Ser responsável pelo que a consciência desperta é capaz de comandar é amargamente delicioso. É quando os triângulos se entrelaçam numa estrela de seis pontas, é quando ser e existência se entrelaçam. Mesmo não existindo sempre existir-se-a. Se o número de átomo existente num corpo humano é cem mil vezes maior que o número de seres humanos que já existiu na Terra. Portanto, esse conjunto de átomos que configuram o ser em angústia já pertenceu a tantos seres existentes nesse planeta. Como o paradoxo do navio de Teseu o ser é parte da existência sagrada desperta em consciência. Assim pensava, "sou tão presente quanto deus é eterno enquanto a consciência me for desperta".

Ley Gomes
Enviado por Ley Gomes em 15/11/2021
Reeditado em 15/11/2021
Código do texto: T7386329
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