CHUVA E PROFUSÃO
CHUVA E PROFUSÃO
ODE AO “DANUBIO AZUL” DE SRAUSS
A abóbada celeste está nebulosa de nuvens tênues e amorfas, mas os feixes do astro-rei penetram sublimemente através dos vapores condensados dos nimbos.
Uma silhueta munida de uma escopeta de profusão de euforia dança no ermo bucólico em que se encontra naqueles campos verdejantes e espumosos que vivificam fertilidade.
Seus tiros altamente audíveis em gritos de deleite incitando a natureza a glorificar seu esplendor de entusiasmo. E aos pulos ele se depara com a insânia que dizem ser felicidade plena.
Esta sombra esta sob o pode quimérico e voluptuoso do vinho.
Quem dera! Pudera.
Um coro poderoso pulsa em seu nobre coração. Oh, é alegria! A alegria de conhecer a própria existência. Viver plenamente em contato com sua verdadeira casa, a natureza- que também é sua ,mãe,- é o suficiente.
Ébrio? Que seja. Ele deseja. Apenas vive como convêm a um louco são. E não se atreve a contestar as leis que flamejam ao redor.
Pequenas pérolas, as mais caras e preciosas, caem do céu. É chuva.
É abundancia e vida. É o prazer que satisfaz a sequiosidade.
As gotículas vaporosas caem sobre seu semblante sedento de prazer.
Ó!, a água purifica e vasa com o corpo alquebrado.
O sol, incorruptível, lança nas gotas de chuva seus raios multicoloridos e assim rompe um arco-íris no horizonte. E com ele Ísis esta presente, valsando.
Monumentais prazeres puros e sublimes da natureza que, apenas, os mais sensíveis são capazes de sentir, assimilar e transformar em gotículas que correm junto ao sangue nas veias.
Que momentos colossais. Tudo dança em sintonia, esta doce sinfonia, nas artérias daqueles cujo o coração é tocado pela emoção.