SEM SONO

Ainda a pouco eu estava olhando pela janela
Vi um céu cheio de estrelas,
Ah! Se eu fosse uma daquelas!
A lua que me olhava como eu olhava pra ela
Mas parecia sozinha, que solidão era aquela?
Que semelhança comigo! Fechei então a janela.

Não conseguia a dormir, chamei a inspiração
E esta de pronto veio salvar-me da solidão.
Falei de estrela de lua, falei de mim e do mundo
Falei de Deus e dos homens e daquele amor profundo
Que quase nunca se encontra, mas está dentro de nós
Basta só que o encontremos e nunca estaremos sós.

Depois o sono não veio e me pus a escrever
Sedenta de companhia e antes de adormecer
Ninei o sono cantando qualquer que fosse a canção
Solfejando bem baixinho em coro com a inspiração
Foi embora a madrugada que se transformou em dia
Amanheceu novamente enquanto eu escrevia.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional