TELA SUJA

TELA SUJA

É na tela que se pinta

com os olhos rutilantes .

Não está mais como antes

pois que está suja de tinta.

Mas é um sujo inteligente,

quando fala é eloquente

mudo embora assim se sinta.

Com os olhos rutilantes

as pupilas brilham mais

pra mostrar do que é capaz

essa mente em dado instante

Tudo vibra nos sentidos;

sol e chuva enternecidos,

co’essa arte estonteante.

Não está mais como antes

pois o artista trabalhou

com pincel ele talhou

traços com cores vibrantes.

Inda um pouco aparvalhado

da arte apenas iniciado

mas de inspirações constantes.

Pois está suja de tinta

estava limpa essa tela,

mas feliz em sua mazela,

suja sim, embora minta

pois a arte que a inspira

‘stá esperando que se insira

Tinta pura ou aguarela.

Mas é um sujo inteligente

com o ensejo só da arte

sem que o erro se descarte

pois que erra toda gente

seu convívio com o acerto

só o vê quem lhe está perto

e não se faz de inclemente.

Quando fala é eloqüente

A pintura do artista

diz a quem lhe empresta a vista

que a olhe bem de frente

pois retrata o êneo elo

cinge a boa arte ao belo

que de escola é diferente.

Muda, embora, assim se sinta

cheiro exala de cultura;

no desejo da arte pura

quer posar de boa pinta.

Mesmo simples e simplório

Figurar quer no empório

Sem embargo e sem finta.

Do cordel chego ao final

cada verso desdobrado

cria estrofes isoladas

até a linha terminal.

O cordel entrou no esquema

do aprendiz que sou do poema.

Peço aos pares seu aval.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 12/12/2009
Reeditado em 13/12/2009
Código do texto: T1973829
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