* LUIZ INÁCIO *
Olá! Traço um perfil, conforme meu ponto de vista, da trajetória do Presidente Lula. Externo aqui meu respeito aos que têm opiniões diferentes.
Em vinte e sete do dez,
Do ano quarenta e cinco,
Sob a choupana de zinco,
Na cidade de Caetés,
Estado de Pernambuco,
Bem no meio da caatinga,
Eis que um menino vinga,
Mais um rebento matuto.
Após muito sofrimento,
Sem suportar tanta luta,
A família, resoluta,
Em viagem causticante,
Embarcou, empoleirada,
Enfrentando a longa andança,
Cheia de fé e esperança,
Apostando na empreitada.
Vão parar no litoral,
Em Vicente de Carvalho,
À procura de trabalho,
Apostando no ideal,
Contando com toda a sorte
De serem alguém na vida,
De se engrenarem na lida,
Fugir das garras da morte.
O pequeno Luiz Inácio
Ainda com sete anos
Foi arranjando uns panos
E uma caixa de engraxate.
Enfim, cada um pr’um canto,
Qual todo bom nordestino,
Que não foge do destino
Mesmo sendo um disparate.
Sem tréguas na travessia,
Foi atrás de profissão...
Foi buscar o seu quinhão
E achou a oportunidade
Em um curso de torneiro
Que o Senai oferecia
Àquele que não temia
A grande adversidade.
Enfim, o primeiro emprego:
Metalúrgica Aliança,
Foi fazer parte da dança,
Cartão de ponto, avental...
Um Silva bem genuíno
Gabaritado torneiro,
Mais um jovem brasileiro,
Para o quadro social.
Motivado pelo irmão
Que lhe dava um bom trato,
Procurou o Sindicato,
E ganhou também um livro:
“O que é a Constituição”...
Olha o dedo do destino
Encaminhando o menino
Para a história da nação!
Diz a mídia, na surdina,
Em detalhes escondidos
Que foi aos Estados Unidos
Para cursar Sindicato
Em órgão anti-comunista...
Se verdade, não se entende
Este ato em quem defende
Filosofia esquerdista!
Não demorou muito tempo
Pra que o sagaz pretendente
Se tornasse eloquente,
E isso é coisa de quem crê!
Brasil vivia em tormentos
Nas garras da imposição,
Que o levou à decisão:
De fundar logo o PT.
No início dos oitenta
Movimentou operários
Pra lutarem por salários,
Já mostrando os seus valores...
Chamou a atenção do Dops
Que agiu com energia
E o prendeu por vinte dias,
Causando enormes rumores.
Numa ascensão galopante
Nosso cabra nordestino
Foi rompendo seu destino
Em conquistas de poder...
De forma meio pedante
Quis governar os paulistas
Ma não logrou a conquista
Na gana do seu querer.
No ano de oitenta e quatro
Com a ditadura no chão,
Houve mobilização
Em prol da democracia...
Enfim, o grande prefácio!
E pra ajudar neste arranque,
Olha quem está no palanque,
Se não é o Luiz Inácio!
E a gana não se esfria,
E no ano oitenta e seis
Prova que pobre tem vez,
Com enorme votação,
Mostrando força crescente...
Deputado Federal,
Teve mandato banal,
Já deixando algum descrente.
Sua meta era mais alta:
Queria ser presidente
E se mostrou persistente
Pela busca do Alvorada...
Tentou três vezes seguidas,
E durante esse curso
Foi mudando o seu discurso,
Pra não sair da parada.
A primeira bordoada
Foi que um cabra de Alagoas
Prometeu fundos e boas
E deixou o povo na mão...
Depois veio um catedrático
Que criou um paliativo,
Mas depois não foi ativo,
E deixou um apagão.
Com a nação fragilizada
Na seguinte eleição,
O eleitor, sem opção,
Só viu uma saída
Que a circunstância imprimiu...
E o raçudo nordestino
Veio cumprir seu destino:
Ser o chefe do Brasil.
E em vinte e sete do dez
O ícone do operário
Ganhou de aniversário
Cargo do maior explendor...
Mas já estava bem outro,
E pra não perder o empregão
Passou de Lula Leão
Pra lulinha “paz e amor”
E começou em alto estilo
Aposentou o “Sucatão”
Comprou um mega-avião
Muito longe da pobreza...
Fez com que a dívida interna
Que era setecentos bi
Passasse logo pra um tri,
Pra fomentar a nobreza.
Mas passando toda a festa
E nem tudo é só perfume,
Foi aparecendo o estrume
Nos rastros dessa vitória...
Em escândalos seguidos,
A casa veio trincando,
Aos poucos desmoronando,
Desmentindo a trajetória.
Primeiro foi o Lulinha,
Que em contratos escusos
Foi mostrando seus abusos
Que o momento oferecia...
Depois veio o alcoolismo,
A queda dos companheiros,
E ele, sempre altaneiro
Dizendo que não sabia.
Como sempre, muito esperto,
Pra fugir do entrevero
Só fala do “fome zero”
Pra conservar o seu nome...
E com a cara de bonzinho
E choro de jacaré
Viu que coisa ainda da pé
É só investir na fome.
E no fim do seu mandato,
Em vésperas de eleições,
Enfrentamos aflições,
Temerosos do futuro...
Agora não tem mais jeito,
A hora já é passada
De amparar a pátria amada.
Vamos descer do muro.
E qual a moral da história?
Penso que fica a lição
Pra nossa antiga omissão...
É pra não mais esquecer
Para o bem dos decendentes...
Esta lição tem um nome:
Se o poder não foi à fome,
A fome foi ao Poder.