RESPEITO À DIVERSIDADE É DE NOSSA OBRIGAÇÃO




Meu Deus de Imensa Bondade
Dai-me o saber pra falar
Aqui da diversidade
No sentido de informar,
De acordo com meu conceito,
O que deverá ser feito
Para a mesma respeitar.

Falar da diversidade
E do respeito devido
A ela, traz-me à lembrança
Um papo por mim ouvido
Que deixou-me arrepiada
Porque fiquei revoltada
Com alguém no papo envolvido.

Falava de tolerância!
E isto me fez pensar:
“Tolerância?! Mas, por quê?
Não há o que tolerar!
Visto que: à alteridade
Nós devemos, na verdade,
No mínimo respeitar.

Num mundo globalizado
Onde há padronização
Respeito à diversidade
É, em si, a afirmação
Daqueles que vão buscar
O direito de escapar
Da tal massificação

A diversidade em si
É uma realidade
Que sempre há de existir
No seio da humanidade.
Temos que ser conscientes:
Somos todos diferentes!
Esta é a grande verdade.

Valorize o “diferente”!
Pois isto é reconhecer,
De uma forma bela e plena
Sua alteridade, e ser
Conhecedor da existência
No outro, da sua essência.
A si mesma no outro ver.

Mas, se alguém não me aceita
Com minha forma de ser
Deverei, eu, condenar
A sua forma de ver?
Me pergunto e me respondo:
Se assim for estou pondo
O que aprendi a perder.

Valorizar o diverso
Não pode ser “fetichado”.
Só há sentido se houver
Troca, for compartilhado
De forma que “os diferentes”,
No ato, tornem-se entes
Tal e qual, de lado a lado.

Pois diversidade em si
Só tem sentido na troca.
Se não se deixa tocar
E nem no “outro” ela toca,
Não há compartilhamento!
É algo sem sentimento:
Cada qual na sua “loca”.

O capital, habilmente,
Tudo em consumo transforma
Inclusive o diferente.
Vendo-se que desta forma
O exótico, o intocado,
Em produto é transformado
Seguindo um padrão ou norma.

Lá na escola me ensinaram
Que “somos todos iguais”.
As pessoas são diversas!
Isso não quer, ademais,
Dizer que não aceitemos
As diferenças! Devemos
Divergir dos ancestrais.

A formação do indivíduo
Depende da educação:
Do ensino/aprendizagem,
Da socialização.
Que é onde o cognitivo,
O físico e o afetivo
Juntam-se entrando em ação.

Para se bem educar
Terá que haver muito amor!
Amor incondicional
Ao que se faz e ao que for.
E, de forma radical,
Um amor especial!
Amor unificador.

No que diz respeito à Escola,
Os rumos da educação
Terão que ser definidos
Por todos na mesma ação.
O processo educativo
Com fim participativo
Faz com que haja comunhão.

Em havendo comunhão
Há a possibilidade
De capacitar a todos
Envolvidos de verdade
Para as participações
Na busca de soluções
Para escolar a cidade...

De uma forma democrática
Todos terão, por direito,
De dar sua opinião,
De emitir seu conceito.
E para assim vir a ser,
Será necessário haver
Às diferenças, respeito.

Para que haja respeito
Real à diversidade
No colégio, no trabalho,
Em qualquer localidade.
Dignidade e direito
Para todos, com efeito,
É necessário em verdade.

Uma escola que respeita
A diferença, afinal,
É uma escola pluralista
Voltada pro social,
E cada ser que a compõe
Opina: aceita ou se opõe
De uma forma natural.

Pois uma escola é composta
Por pessoas diferentes
De opiniões variadas,
Coisas diversas nas mentes.
Surgindo a necessidade
De que ocorram, na verdade,
Combinações permanentes.

Se nós não pudermos ter
Uma escola igualitária,
Que nossa escola não seja,
Porém, tão deficitária!
Reconheça as diferenças
Sociais, de raça, crenças...
Com qualquer indumentária.

A imagem construída,
Geralmente, do irmão
Que porta deficiência,
Legitima uma exclusão
Política e social,
Causando-lhe, como tal,
Verdadeira humilhação.

Pois, projetar sobre “o outro”
Uma imagem inferior
Pode levá-lo a pensar-se
Um ser sem qualquer valor.
E poder-se-ia, então,
Dizer-se disto, opressão.
Ato desrespeitador!

Da heterogeneidade
Já não se pode fugir!
Há diversidade em tudo
Não há o que discutir:
Desde a comportamental
À étnica e a racial...
Nela temos que imergir.

No multiculturalismo
Há aquele Conservador;
Liberal; corporativo;
O crítico... Onde o valor
De cada, é essencial
Para que haja, afinal,
Um bom denominador.

E o “tolerar” me enerva!
Pois eu penso que “aceitar”
De uma forma tolerante,
É, em si, discriminar.
Tenho que ser consciente
De que um pensar “diferente”
Só vem ao meu completar.

Por que haver percentual
Em si discriminador,
Marcando de “incompetente”
Àquele trabalhador
De física deficiência,
Porém tendo a competência
De qualquer um no labor?

Há diferenças: de sexo,
De fé, de raça e, afinal,
De geração, de cultura
E de classe social.
Mas para se viver bem,
A humanidade tem
Que respeitar no geral.

Os desejos e os afetos
Fora da “normalidade”,
São ainda preteridos
Por nossa sociedade.
Alguns aceitam, outros não.
Pois ainda há repressão
E preconceito à vontade.

O negro, o branco, o amarelo...
Qual é a cor que convém?
São apenas diferentes!
Ninguém melhor que ninguém.
Sejam crentes e/ou ateus,
São todos filhos de Deus
E os mesmos direitos têm.

Opiniões diferentes;
Formação, educação;
Cultural experiência;
Atitudes, credos... São
Pontos diversificados
Que, se forem bem usados,
Bons resultados trarão.

A linguagem diferente;
O pensar que não condiz
Com o meu; a sua veste
De diferente matiz;
O seu grau de educação
Ou a sua origem, não
Faz que eu condene o que diz.

E assim, com meus botões,
Penso que: a diversidade,
Pra que haja paz no mundo,
Terá que ser, na verdade,
Respeitada. E eu, com fervor,
AJO COMO UM DEFENSOR,
RESPEITO A DIVERSIDADE.



Rosa Regis
Natal/RN – julho de 2010


         


(cordel feito para participar
do IV Prêmio COSERN de
Literatura de Cordel - na
Feira do Livro 2010 - em
Mossoró-RN) - Não foi enviado.