BRASIL MISCIGENADO

Quando a turma de Cabral
Fez o tal "descobrimento"
Deu de cara c'os silvícolas
Sem roupas, com tudo ao vento
As índias belas, peladas
Logo, foram desejadas
Foi grande o encantamento

Ocorreu envolvimento
Nativos com europeu
Da mistura desses povos
O mestiço decorreu
Índio e branco, vuco-vuco
O caboclo ou mameluco
Em nove meses nasceu

Depois dum tempo se deu
A vinda dos africanos
Pra serem escravizados
Quão infames esses planos
Surgia outro personagem
Pra fazer a mestiçagem
Com índios e lusitanos

Entre dois grupos humanos
Inevitável contato
Resultou noutro mestiço
Do que neste instante trato
Branco e negro deram vez
Após finda a gravidez
Ao conhecido mulato

Aprendiz de literato
Estrofe nova produzo
Pra falar doutra figura
Do verso vou fazer uso
No cordel educativo
Tem africano e nativo
Negro e índiocafuzo

Assim, falo do intruso
Do selvagem, do escravo
Quero ver se desse jeito
Duma forma fácil gravo
Abordar essa mistura
Dentro da literatura
Tenho como pretensão
Espero não ser maçante
Eis o trio resultante
Da tal miscigenação



Participação de amigos:


Está na hora do mulato,
já pela vida tão confuso,
do mameluco sorridente,
do índio, também o cafuso,
deixar de sentir a sua dor,
mostrando brilhantemente
a todos o seu alto valor.
(Genofre)



Eu também faço rebuliço
E neste nosso tabuleiro
Não resistí ao feitiço
Da negra, meu cativeiro
Na minha prle tem mestiço
E viva o povo brsileiro!!
(Juninho Correia)