E ELES NADAM NOS COBRES



Quem sabe se eu quisesse
E o meu dinheiro desce
Não sobrevoaria o mundo
Mas é que tudo tão difícil
Que até se torna impossível
Mesmo sendo ele redondo.

A gente faz o que pode
Trabalha honestamente
Cai levanta e se sacode
Até esconde o que sente
Só tem o que não se escolhe
E se finge de contente.

Tenta esticar o salário
Usa o cheque especial
Porém nunca o calendário
Coincide com o normal
Mesmo com alguns feriados
Tudo é muito desigual.

Há sempre um mês mais imenso
Transforma-se em pesadelos
É que são gastos intensos
São impostos que dão medo
Por mais que penso e repenso
Às vezes falta dinheiro.

A gente estica de cá
Faz somente o necessário
Os homens tiram de lá
E lá se vai o salário.
Mas o jeito é apertar
O sinto para ver se cabe
Até o mês acabar.

É conta pra todo lado
Que a gente tem que pagar
Enquanto ELES aumentados
Tão nem aí pro azar
Nós os assalariados
Que aprendamos a nadar...

Um dia quem sabe isso mude
Muitas dúvidas tenho cá
E tento não ser tão rude
Quando preciso falar
Se não tenho quem me ajude
Por que vou ter que calar?

O jeito e usar as armas
Reclamar nossos direitos
Expressar as nossas falas
Usando qualquer dos meios
Pois sei que não atrapalha
Jornais TVs e e-mails.

Por a boca no trombone
Falar algumas verdades
TV RÁDIO E MICROFONE
De toda e qualquer cidade
Até mesmo o telefone
Atrás das autoridades.

Só que elas nunca estão
Dispostas a nos atender
Já ganharam a eleição
Receber pobre pra quê?
Só andam na contra mão
E o pobre tem que morrer,

De fome e inanição
Entregues à própria sorte
Os filhos desta nação
Especialmente os mais pobres
Vivem de vegetação
E os homens nadam nos cobres.

Ser pobre é ser miserável,
Não ter nem onde morar
Isso é inacreditável
Por isso vamos gritar!
Nossa fé é inabalável
Alguém vai ter que escutar.

Vamos fazer da palavra
Uma arma ao nosso favor
Consente quem por medo cala
Se temos nosso valor
Se nos juntarmos isso se espalha
Em qualquer canto que for.

Em período de eleição
Eles entram em qualquer canto
Prometendo salvação
Não importa para quantos
Cobremos, pois, solução,
Já que o tempo está passando.

Ah! tem mais um agravante,
A tal da corrupção.
Que a nossa voz se levante
Esta é a nossa NAÇÃO!
Como o País, somos gigantes
Por que de pires na mão?



Brasília, 28/03/2011