Cordel para o kondor 
Tere Penhabe

Não posso passar em branco
por essa arte que me fez
meu irmãozinho querido
(isso é prosa pra inglês ver)
não sei se eu lhe abraço
ou se lhe dou um sopapos
depois eu vou resolver.

Não posso dizer que tenha
errado completamente
o que estranho é apenas
a mexida impertinente
da barriguinha safada
me deixou aparvalhada
inda pego esse demente.

Não chega a ser abusivo
isso volto a afirmar
porque hoje não deu praia
campari é bom pra tomar
podia ter caprichado
posto um gajo do meu lado
com chuva é bom namorar.

Me lembrou a mocidade
nossas festas de peão
com meu chapéu panamá
de arrasar coração
acredite quem quiser
fui uma bela mulher
eita tempinho dos"bão"!

Já ouvi alguém dizer
mas não posso concordar
que uva na mocidade
abacaxi não vai virar
mas batido com hortelã
ainda acha muito fã
dá bem para enganar.

Uma coisa eu garanto
sem nunca me arrepender
vou chamar esse garoto
de mimo, de bem-querer
posso arrumar confusão
com a patroa um problemão
mas irmão nunca vai ser.

Que esse negócio de irmão
me rendeu essa velhinha
tá certo que é parecida
e até bem caprichadinha
(mas pôxa, que frustração!)
esse puta barrigão
e essa perna tortinha!

Deixa estar "seu voador"
inda te pego de jeito
tere não é vingativa
mas não esquece teu feito
vais pagar não muito caro
por esse espécime raro
da minha barriga e peito.

Fora isso, eu te amo
meu irmãozinho querido
obrigada pelo mimo
foi deveras divertido
se eu pudesse escolher
por certo eu ia querer
passar minha vida rindo.

Santos, 22.12.2006_11:30 hs
www.amoremversoeprosa.com