NÃO ACREDITAMOS EM PROMESSAS

Havia uma nuvem densa
Do lado esquerdo da rua
E a terra a pedir clemência
Se preparando pra chuva...
E ela não tardaria...
Veria com força total
Com trovão e ventania
E deixando um lamaçal...

Um atoleiro danado,
Quem por ali, passar vai,
Acabar todo atolado
E quem for ajudar, cai.
Foi bem o que me contaram
Numa daquelas entrevistas,
Onde alguns se atolaram
Ao imaginar terra à vista...

Pediram um guincho um trator,
Pois havia gente gorda...
Por isso se complicou,
Qualquer ajuda era pouca;
Porém, ninguém desistia,
Com os pés fincados na terra,
Literalmente diziam:
Pois é, às vezes se erra.

Nesse caso, com certeza,
Por aqui, não vou passar,
Ainda que com a presteza
Do povo desse lugar.
Naquela terra encharcada,
Quando chover, nunca mais
Ficaremos atoladas!
Promessa, assim, não se faz.

E toda vez que chovia
Encharcava aquela terra
Pra lado algum escorria...
Coitado de quem espera
E acredita em promessas.
É que em ano de eleição,
Se eleitos, isso já era!
Só andam na contramão.

Sendo assim, o ideal
É juntar os moradores
Pra sair do lamaçal,
Tornando-se os construtores
De uma simples pinguela,
Já que são os moradores
Daquela rua singela
Inquilinos e sofredores...

Pois os homens do poder
Em anos de eleição,
Só sabem nos prometer,
Mas não têm palavra, não.
Vão lá pra cima onde estão,
Esquecem que os eleitores
Lhes entregaram a Nação
E sem lhes dever favores.

Têm nas mãos nossos destinos
Criam as leis, mas não cumprem;
E quem fica a ver navios?
São os eleitores que sucumbem!
Decepção, desenganos,
Tanta esperança sem cor...
Enquanto por muitos anos,
Vivem às custas do E L E I T O R.