CACHOEIRA DE CORRUPÇÃO

Carlos Augusto Ramos,

O Carlinhos Cachoeira,

Surgiu pela vez primeira

No Cenário Nacional,

Quando apareceu um vídeo

No qual Valdomiro Diniz,

Que, torcendo o seu nariz,

Solicita uma propina

Falando do seu ideal.

Diniz, assessor do Dirceu

Prometeu ao tal Carlinhos

Ajeitar uns “negocinhos”

Numa dada concorrência,

Que se daria no Rio...

A PF sempre atenta,

Que investiga e nunca inventa

Rastreou o tal intento,

Percebendo o desvario.

Com marcação acirrada,

Qual sabujo atrás da caça.

Numa ação de muita raça,

A PF deu um golpe

Que o Carlinhos não contava...

Na operação “Monte Carlo”

A Polícia Federal

Desferiu golpe fatal

Estremecendo a empreitada.

Descobriu-se que Carlinhos

Era chefe de quadrilha,

Que já tinha longa trilha

De explorações ilegais

Espalhadas no país...

Se envolvia com políticos

Ajudava nas campanhas,

Usando de artimanhas

Das mais baixas, das mais vis.

À medida que a Imprensa

Divulgava as notícias,

Iam surgindo imundícias

Expondo os politiqueiros...

Disfarçados de honestos,

Traidores da nação

Sempre buscando lambuja

Têm a moral mais suja

Do que pau de galinheiro.

Na gravações reveladas,

Muitos nobres deputados,

Homens sérios, devotados

São pegos de “calça curta”

Em ação com Cachoeira...

Os Deputados: Otoni,

Sandes Junior e Jovair,

Todos eles a sorrir

Metidos nessa besteira.

Até o sério Demóstenes,

De reputação sem jaça,

Tinha bebido a “cachaça”,

Estava muito envolvido

Nessa trama , nesse intento...

Primeiro deu de valente

Quis por a mulher no meio,

O “trem” foi ficando feio,

Acabou sem argumento.

Mostraram as gravações

Que ele pediu dinheiro

Ao poderoso bicheiro,

Enquanto o jornal O Globo

Farejava o senador...

Constatou que do Congresso

Passava ao chefe da máfia

Informações, sem empáfia

Esse grande impostor.

Demóstenes, sem suporte

Pediu, logo, afastamento

No DEM virou um tormento,

Viu que a vaca foi pro brejo,

Ficou mesmo sem saída...

O Procurador Gurgel

Pediu que abrisse um inquérito

Pra levantar o pretérito

E investigar sua vida.

O PSOL, pra fazer média

Pediu que abrissem processo,

Relatou e deu ingresso

Contra o pobre senador

Que viu a viola em caco...

Murmuraram os partidários:

Teve quebra de decoro

Diziam bem alto, em coro

Vamos ouvir o velhaco.

O Procurador Geral

Decide abrir um inquérito

Para se apurar o mérito

Da questão solicitada,

Ver se tinha procedência...

Pediu quebra de sigilo

Telefônico e bancário,

Pra investigar o falsário

E apurar essa indecência.

Logo se apurou os fatos.

A coisa era bem mais drástica,

Terrível mesmo, bombástica,

As tramas do senador,

Que só fez caca, besteira...

Envolveu a Infraero

A Anvisa e o Ibama,

Mergulhou de vez na lama

Pra servir ao Cachoeira.

A apuração prosseguia.

A Ordem dos Advogados

Sem se fazer de rogados

Pede a Demóstenes Torres,

Que renuncie ao mandato...

De repente outra surpresa,

A ator Nercessiam

De quem eu era até fã,

Também tinha feito um trato.

Se já não fosse o bastante,

O Governador Perilo,

Sem cerimônia, sem grilo

Também recebeu cem mil

Do poderoso chefão...

Descobriu-se que eram sócios

Em condomínio de luxo

Só sabiam encher o bucho

E enganar a nação.

Não aguentando a pressão

Demóstenes sai do DEM

E pro nosso próprio bem,

Pede seu desligamento,

Se entrega, joga a toalha...

Fez isso porque o partido

Queria sua expulsão

Antes disso, o covardão

Saiu, levando sua tralha.

A cada dia na Imprensa

Surgia uma coisa nova

Pondo o congresso à prova,

Diante da sociedade

Que acompanhava esse mal...

Logo veio o caso Delta

Que era privilegiada,

Pegava toda empreitada

Do governo Federal

O governador do Distrito,

Senhor Agnelo Queiroz,

Que até então tinha voz

Junto ao povo de Brasília,

Também foi pego no bote...

A PF descobriu

Mil tramoias escabrosas

De consequências danosas

Todos de mãos no pote.

A gente sabe que bosta,

Quanto mais mexe, mais fede

No entanto, ninguém impede

De prosseguir a devassa

Dessa quadrilha venal...

No planalto a coisa ferve,

A cada dia um furo

Denegrindo o futuro

Da nossa pátria natal.

É tanta gente envolvida,

Nessa trama infernal

Unidas na ação do mal

Que até tenho vergonha,

De ir mais fundo no cordel...

Nós só queremos justiça,

Que o país siga direito,

Mas pro Brasil tomar jeito

Só com a ajuda do céu.

Tião Luz
Enviado por Tião Luz em 29/09/2012
Código do texto: T3907299
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.