O MUNDO VAI ACABAR E EU VOU SOBREVIVER!

O fim do mundo chegou

Tudo vai se acabar

Quando a onda crescer

E trouxer o grande mar

Pra cima de Itapuã

Todo o povo vai chorar.

As Sereias afogadas

O Coqueirinho também

A Caixa D’Água da Embasa

Do alto não vê além

Boca-do-rio e Pituba

Em Brotas não tem ninguém.

Bairro da Paz e a Baixa

Do Tubo e Do Dendê

Alagados com os peixes

Nos mordendo pra comer

Zumbis nadando nas ruas

Matando pra sobreviver.

O planeta inteiro alagado

Europa França e Bahia

Salvador faz carnaval

Com Brown o rei da alegria

Até Deus põe abadá

E Satanás fantasia.

Acidentes ocorrendo

Com muita desgraça alheia

Terremotos tsunamis

Furacões nuvens de areia

Muitos mortos soterrados

Meia volta volta e meia.

A mãe viu a própria filha

Virar bicho e lhe bater

Um pai foi morto por outro

Filho que não quis lhe ver

Parentes digladiando

Pra melhor que o outro ser.

A bebida e o fumo

Dominando as pessoas

Que requebram pelas ruas

Se oferecendo à toa

Às maldades deste mundo

Que não são nadinha boas.

Máquinas que nos dominam

Em um grau superlativo

Aparelhos celulares

Sem precisão ou motivo

Computador e TV

Automóveis atrativos.

Comerciais anunciam

Produtos pro fim do mundo

Compre a salvação agora

Num esconderijo profundo

Ou viaje para a lua

Pra assistir o fim imundo.

O aviso era antigo

E ninguém acreditou

Maomé e Nostradamus

E um Maia até datou

Em 21 de dezembro

2012 chegou.

Antes deles muitos outros

Tiveram visões do fim

O Antonio Conselheiro

Não foi profeta ruim

O Sertão virará mar

Terá enfim um Bonfim.

Muitos esperam um milagre

E erguem as mãos pro céu

Castigaram a Natureza

E agora serão réus

Deus nos ama e nos mata

A vida é um carrossel.

Não terá anjos no céu

Nem trombetas a soar

Muito menos fogo aceso

Com as labaredas a queimar

Há quem diga que é mentira

Mas vamos nos afogar.

O degelo nas Calotas

Polares da nossa Terra

Vai alagar o planeta

Não sei quando e aqui se encerra

Chega de premonição

Que no final sempre erra.

E João Evangelista

Não foi o primeiro a ver

O mundo vai acabar

Mas eu vou sobreviver

Tenho aqui a receita

Ninguém precisa morrer.

Se quiser sobreviver

Basta viver bem a vida

Deixe a morte de lado

Pois ela é garantida

Não creia em tudo o que dizem

Mantenha a cabeça erguida.

Sinta o mundo ao redor

Respire profundamente

Plante flores nos canteiros

Sorria constantemente

Mas não se deixe levar

Encare os fatos de frente.

Deste jeito só quem morre

É quem morria de medo

Do mundo se acabar

E ter que partir mais cedo

Comentando a toda hora

Roendo as unhas dos dedos.

De onde o mundo veio

Para onde ele vai?

Vai se acabar de verdade

Ou balança mas não cai?

Guerra gera gentileza

violência gera Paz?

Criança é bicho besta

Mas não se deixa enganar

Quando ouve estas estórias

Começa a perguntar:

É verdade professor?

E eu tenho que rimar.

Salvador – Bahia – 12/ 11/ 2012

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Cordel Jotacê Freitas
Enviado por Cordel Jotacê Freitas em 13/11/2012
Reeditado em 14/11/2012
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