SUTILEZA

 
Às vezes me sinto viva,
Alegre quase feliz,
Sorriso largo, convicta,
De que o amor já me quis.
De repente o meu sorriso
Sai de mim e a tristeza
Bate forte e em tom sombrio
Nem esconde a sutileza.

Tenho às vezes até medo
De sorrir alegremente,
Porque não sei qual segredo
Que às vezes envolve a gente.
Por isso sempre procuro
Esconder-me da alegria
E sutilmente me aprofundo
No que ainda poderia,
 
Transformar-se novamente
Em um pouco de harmonia
Ou num sorriso envolvente
Que em mim permaneceria...
Mas há um sorriso molhado
Por grossas lágrimas quentes
De alguém que ao meu lado
Dilacerante dor sente.

Quando as lágrimas se misturam
À momentos de alegria
Não se sabe o que perdura
Em muitos, no dia a dia.
Por isso se esconde o pranto
Mesmo se for de alegria
Porque pode em outro tanto
Tornar-se melancolia.