EIKE BATISTA: O SONHO QUE VIROU PESADELO

Mineiro de Valadares

Filho de Eliezer Batista

Surge o nosso nobre “artista”

No cenário nacional...

Foi ainda adolescente

Ter formação europeia

Pra dar início à epopeia,

De uma saga sem igual.

Lá estudou, fez diploma,

Retornou todo animado,

Se sentia preparado

A conquistar o Brasil...

Com sonhos e muita ambição,

Se embrenhou em investimentos,

Iniciando os fomentos

Numa busca varonil.

Fez sucesso com seguros,

Mas foi pouco duradouro,

Virou os olhos pro ouro,

Diamantes e riquezas...

Como dominava línguas,

Entrou firme nesses ramos

Não tinha nem vinte anos

E já mostrava proezas.

Mas, queria muito mais!

Eram os anos do garimpo,

Jorrava dinheiro limpo

A custo de sangue e suor...

Arranjou uns emprestados

E resolvido, de fato

Se embrenhou em meio ao mato,

Pra dar um salto maior.

Sua fortuna triplicava

Numa larga progressão,

O nobre negociante

Mostrava muita visão...

Em vez de gastar à toa

Como faz a juventude,

Tomou uma outra atitude:

Investir na extração.

Comprou máquinas modernas

Que extraía por cem braços,

Deixou a terra em bagaços,

Para arrancar o tesouro...

Seus lucros impressionavam

E ainda na flor da idade

Fazia prosperidade

Se tornando o rei do ouro.

Mas isso era só o começo.

Reverteu suas riquezas

Investindo em empresas,

Não lhe faltava vontade...

Mal completava os quarenta

Já somava um bilhão,

Um orgulho pra nação

Exemplo de sagacidade.

Não demorou, percebeu

Que o ouro tinha limite,

Direcionou seu apetite

A um outro nobre minério...

Voltou seus olhos ao ferro,

Criou a MMX

Que o deixou muito feliz,

Dando início ao seu império.

Já aparecia na forbes

O precoce bilionário,

Sagaz e extraordinário

Um fenômeno, o Batista...

Despertou investidores

Esse é o cara! Eles diziam

E nele muito investiam

Era o primeiro da lista.

Sua sede era insaciável!

Queria ser concorrente

Da maior, da mais potente

Da monumental Petrobras...

Criou então a OGX.

O mundo todo aplaudia,

Tamanha era a ousadia

Desse empreendedor tenaz.

Pra que depender dos outros!

Pensou com sabedoria.

Logo, portos construía

Pra transportar as riquezas...

Criou a LLX,

Um sistema portuário,

Foi se tornando lendário

Homem de realezas.

Não existia limites

Para o mega investidor.

Sem medos e sem pudor

Foi formatando um império...

A MPX de energia,

A CCX de carvão

A OGX de extração

Foi um grande despautério.

Parecia um grande sonho.

As empresas integradas,

Produzindo toneladas

De riquezas incontáveis...

Batista atingiu o auge:

O sétimo mais poderoso,

No Brasil, o mais glorioso

De conquistas inefáveis.

De repente a OGX

Megaempresa de petróleo

Não produziu tanto óleo

Quanto todos almejavam...

Foi o primeiro nocaute,

E o ciclo virtuoso

Se tornou em vicioso

E os prodígios desandavam...

Foi o efeito dominó:

Uma a outra derrubava,

E ninguém mais segurava

O fatal desabamento...

Bancos fecharam as portas

Investidores paravam,

E as ações despencaram

Tudo virou um tormento.

E o nosso bilionário

Que um dia falou assim:

Logo serei o maior,

Ei de ultrapassar o Slim...

Se vê hoje em maus lençóis

Envolvendo muita gente

Que se contorce plangente,

No império que está no fim.

Agora, depois de tudo

Estão surgindo às vistas

Os podres dessas conquistas

Que envolve gente graúda...

Passam dias, passam anos

E é tudo embaixo dos panos

Eta Brasil, que não muda!

Tião Luz
Enviado por Tião Luz em 22/07/2013
Código do texto: T4398656
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