meu embornal

quem conseguir o dinheiro

não será dono do mundo

pois também chega no fundo

barco que tem marinheiro

perto de um bandoleiro

não digo nada, me calo

penso naquilo que falo

mas não me escondo no abrigo

castigo anda a cavalo

coragem ri do perigo

Verinha foi pro Havaí

Márcia ficou na saudade

nenhuma dessas beldades

foram até Parati

quando fingi que sumi

minha mulher deu um estalo

“deixa ele ir no embalo

eu vou fingir que não ligo”

castigo anda a cavalo

coragem ri do perigo

padre que não dá sermão

perde a credibilidade

nem sempre está a verdade

num forte aperto de mão

pra quê zombar da ilusão

se ela é o monte que escalo

sonho que sai pelo ralo

é o que eu não persigo

castigo anda a cavalo

coragem ri do perigo

cobra não anda assustada

a gente é que se assusta

andar no brejo não custa

mas não de bota engraxada

o preço da encruzilhada

vou lá na frente encontrá-lo

quebro o graveto no talo

e faço dele um amigo

castigo anda a cavalo

coragem ri do perigo

levo no meu embornal

pão, canivete e cus-cus

uma oração pra Jesus

não me esqueci do jornal

pra saber na capital

onde vai ser que me instalo

onde ouço o canto de um galo

onde tem um pé de figo

castigo anda a cavalo

coragem ri do perigo

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 12/02/2014
Código do texto: T4687840
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