chá de lombrigueiro

quando chego da cidade

minha voz não me escuta

minha cabeça biruta

confunde dó com piedade

diz que a eletricidade

nunca foi páreo pra lua

e que a mulher que anda nua

acha que dois é inteiro

todo homem é prisioneiro

da mulher que se insinua

barraco de pau a pique

o chão da casa é terreiro

nega que bole o traseiro

faz pra que eu a critique

na porta do alambique

é que termina a rua

saudade que não encrua

é a do amor verdadeiro

todo homem é prisioneiro

da mulher que se insinua

toda quimera se esfuma

diz a canção popular

quem sempre quer acertar

não tenta sorte alguma

moça que muito se arruma

sua beleza acentua

dança que a noite é sua

e o violão do violeiro

todo homem é prisioneiro

da mulher que se insinua

dizem que gato escaldado

tem medo de água fria

o mesmo eu me diria

quando me deixas de lado

pego um trem atrasado

pareço batata crua

o cara chora e sua

quando não tem paradeiro

todo homem é prisioneiro

da mulher que se insinua

minha avó foi a Paris

atrás do Villegaignon

bebeu, comeu champignon

mas se sentiu infeliz

não morreu foi por um triz

virou um arco de pua

chegou o Chico Arzua

deu-lhe um chá de lombrigueiro

todo homem é prisioneiro

da mulher que se insinua

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 10/04/2014
Código do texto: T4763300
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