Viagem de ônibus velho

Fiz uma viagem num ônibus velho

Mas não foi muito legal.

Para ver uma exposição de livros

Que chamavam de bienal.

Este ônibus deu o prego

Isto é verdade, não nego.

Gente quase passa mal.

O ônibus ia devagar

Mas fazia um barulho danado.

O motorista desceu

Mal a viagem havia começado

Pensando ter furado o pneu

Mas viu que nada se deu

E prosseguiu a viagem calado.

Depois de alguns quilômetros

Rodando neste busão.

Alguns disfarçavam cantando

Outros faziam oração.

De repente o barulho aumentou

A turma se agitou

Foi a maior confusão.

Ouve gritos, pânico e medo.

Nas pernas uma tremedeira

A turma toda agitada

Fazia grande zoeira.

Até que o ônibus parou

A galera se acalmou

Mas isso não foi brincadeira.

Antes de concluir a viagem

Tivemos que o ônibus deixar.

Algumas pessoas choravam

Outras queriam desmaiar.

O motorista orientava

A todos ele acalmava

Mas não dava pra continuar.

Deixamos tudo no ônibus

Água, suco e mantimentos.

Fomos pra um ponto de ônibus

Numa rua de grande movimento.

O sol quente escapelava

E os ônibus não paravam

Estava sendo um tormento.

Éramos 21 pessoas

Que íamos para o mesmo lugar.

Quando o motorista via multidão

Lógico que não ia parar.

Pensava ser um arrastão

Passava pela contra mão

Mas nós ele não ia levar.

Pensamos numa estratégia

Para conseguirmos sair dali.

Somente um para o ônibus

Ai quando a porta abrir.

Todo mundo vai de uma vez

Foi assim que a gente fez

Para podermos conseguir.

Confesso que tive dó

Do coitado do trocador

Quando o ônibus parou

E todo mundo se encaminhou

Para ele querendo entrar

Não pode a porta fechar

E sua expressão mudou.

O coitado teve medo

Que fosse mais um arrastão.

Desses que existe por ai

Quase em toda região.

Com a expressão aflita

Olhava para o motorista

Lamentando a situação.

Alguém entrou e foi explicando

Que éramos pessoas do bem.

Nosso ônibus havia dado o prego

Estávamos em pânico também.

Precisávamos seguir viagem

E deixamos toda bagagem

- Ele respondeu: amém!

Andamos dois quarteirões

E o ônibus parou novamente.

Fomos logo perguntando?

- Deu o prego também, gente?

- Ele disse é fim de linha

E 15 minutos ele tinha

Para um lanchinho quente.

Enfim, logo ele voltou

E a viagem deu continuidade.

Ligamos pedindo outro ônibus

Para voltarmos pra nossa cidade.

Mas nenhum outro ônibus não tinha

E informaram que quem vinha.

Era um mecânico de meia idade.

Para o concerto do ônibus

Ele já trazia a peça.

Ficamos todos tristonhos

A verdade mesmo é essa.

O jeito era esperar

A pé não dava pra voltar

Estávamos longe à beça.

De repente uma ligação

Dizia que o mecânico chegou.

Graças a Deus o concerto

Do ônibus ele começou.

Após mais ou menos uma hora

O ônibus estava lá fora

E a gente comemorou.

Voltamos da bienal

Com este fato para contar.

E viagem com o ônibus velho

Ninguém queira experimentar.

Esta ficou na história

Gravada em nossa memória

Só o tempo pode apagar.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 11/12/2014
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