* Vida de Nazaré - minha sogra * (in memória)

1

A poesia é minha arte

Escrever cordel é minha sina

Na alegria ou na tristeza

Fico pensando numa rima

Principalmente nesta ocasião

As lembranças vêm e vão

E jamais me desanima.

2

E para falar de D. Nazaré

Tive muita facilidade

Era uma mãe amorosa,

Esposa de altas qualidades,

Uma vizinha sem igual,

Uma sogra especial,

Cheia de amor e bondade.

3

Seu esposo Manuel Paulo

Enfrenta este golpe fatal

Ia fazer 52 anos

De uma feliz união conjugal

Faltavam apenas quatro dias

Da comemoração da alegria

Da união matrimonial.

4

No dia 20 de setembro

De 1964.

Ele nos contou com lágrimas

Lembrando o momento exato.

Em que se uniu a ela

Uma moça serena e bela

E ele um cidadão pacato.

5

Como todo e qualquer casal

Enfrentaram dificuldades

Mas a fé em Deus foi maior

Que toda adversidade.

Quem conheceu sua vida

Sabe o quanto foi sofrida

E cheia de felicidade.

6

Oito filhos eles tiveram

Cordas de seu coração

Deu a eles nome de santo

Todos de sua devoção

Raimundo, José, Messias,

Maria Esmerinda, Jorge, Izaias,

Ana Patrícia e Ma. da Conceição.

7

15 netos e duas bisnetas,

03 genros e 05 noras

E um esposo amoroso

Que lhe serviam toda hora

Uma família modelo

Onde todos com muito zelo

Respeitam-se e se adoram.

8

Em seu lar reinava a paz

E os ensinamentos de Deus

Amizade, amor e carinho.

Existiam entre os seus

Onde todos se ajudavam

E ninguém se lamentava

Da criação que recebeu.

9

Simples, humilde, sincera,

Boa vizinha, boa amiga,

Caridosa, generosa,

E que detestava briga,

Sempre pronta a ajudar

E para compartilhar

O pão com quem precisa.

10

O seu nme já dizia

A bravura que ela tinha

Enfrentou várias doenças

Mas sua fé se mantinha

Acolhedora em seu lar

Aonde ela se encontrar

Terá a admiração minha.

11

Fui a última a lhe visitar

Antes de sua partida

Foi uma honra lhe encontrar

Nos últimos suspiros de vida

Pois pude me despedir

E também pude pedir

Para deixar esta vida sofrida.

12

Pedi a Deus misericordioso

Que a tirasse daquele sofrimento

O perdão para os seus pecados

Pedi naquele momento.

Se não tivesse forças para voltar

Com Deus fosse se encontrar

E que não perdesse mais tempo.

13

Se ela estava sofrendo

Fosse com pena de seus filhos

Eles iriam suportar

Que isso não fosse empecilho

Jamais iriam deixar de lhe amar

Foste mãe e sogra exemplar

Jamais esquecerão seu brilho.

14

Ali no leito do hospital

Onde ela se encontrava

Perguntei a uma médica

Será que ela me escutava

Pedi a Deus naquele momento

Para aliviar seu sofrimento

Já que ficar aqui não mais dava.

15

Se ela ainda tinha forças

Para neste mundo viver

Buscasse em seu interior

Um jeito de reverter

Aquela situação

Se acaso não desse mais não

Seus filhos iam entender.

16

Se existisse alguma coisa

Que estava fazendo-a ficar

Alguém que a magoou

Ou que ela veio magoar

Que todos os seus pecados

Já estavam perdoados

Que em paz fosse descansar.

17

Ofereci os seus órgãos

Para salvar a vida de alguém

A médica me respondeu

Todos morreram também

Está só esperando sua hora

Entreguei-a Nossa Senhora

E disse: vá com Deus meu bem!

18

Filhos e esposo estão sofrendo

Mas Deus dá a conformação.

São pessoas tementes a Deus

Que acreditam na ressurreição.

Um dia iremos nos encontrar

Quando a nossa hora chegar

Se falei demais, peço perdão.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 17/10/2015
Código do texto: T5418199
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