Cordelinho...

Fui menina, fui donzela,

entre tantas, a mais bela,

conheci um navegante,

moço fino e elegante,

lá das bandas do Nordeste.

Não era cabra, nem peste...

E depois de muita prosa,

de ramalhete de rosa,

pos a mão na minha cintura,

e eu que era moça pura,

fiquei logo envergonhada,

com aquela mão, assanhada.

Meu pai vijiava a sala,

revolver, cheio de bala,

e assim nesta agonia,

fui vivendo todo dia,

com um nó no pensamento,

desejando o casamento...

Meu marujo era fogoso,

tinha um cheiro tão gostoso,

que me provocava o gosto,

de querer sem dar desgosto,

aquele corpo agarrar,

mesmo antes de casar...

E uma noite de lua cheia,

depois de uma farta ceia,

meu pai logo adormeceu,

nos braços, de um tal Morfeu.

O Marujo ficou doidinho,

com fogo no passarinho...

Foi então que conheci,

um gosto que até ali,

nunca havia experimentado:

Aperto de namorado,

com tudo se levantando,

sem ter o pai, vigiando ...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 10/10/2005
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