Saga de uma Familia
Parte II

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A chuva da noite passou,
O dia ainda estava silente,
Eliezer e seu irmão o Melo
Saíram e levaram o Clemente!
Foram comprar a peça do carro
Era preciso, obviamente.
Alí não podíamos ficar
Tínhamos que seguir em frente
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Clemente , um grande amigo,
Mais que irmão, vejam só,
Ele viajou de São Paulo,
Em demanda á Maceió,
Foi só buscar a nossa familia,
Que ainda lhe é muito querida
Pois estávamos na pindaiba
Também ele não foi só

Foi com sua filha a Neide,
Que me chama de titia,
Pede benção, eu a abençoo,
É uma querida sobrinha
Eu gosto muito dela
Ela é uma linda mocinha
Eu a conheço desde pequena
É como se fosse minha filha.

Somente para nos buscar
E voltarmos pra São Paulo
Para tentar melhorar
Nossa vida de abrolhos
Provou ser amigo honesto
Aquele que chega e, decerto
O Clemente com esse gesto
Encheu de lagrimas meus olhos

Bom, voltemos para o caso,
Do qual estamos tratando,
Os homens se levantaram,
E foram logo viajando!
Melo pegou seu carro
Como quem está galopando
naquelas estradas de terra
a poeira ia levantando

Viajaram á Cidade de Salinas,
Pra comprar a peça da kombe
E voltaram de tardezinha
Aquele magote de homens
por aquelas ruas de barro!
Trouxeram afinal a peça
Chegaram com muita pressa
Para consertar logo o carro.

Enquanto isso eu e Mazé
Ficamos com as crianças
Ficou também uma mulher
Que vinha nessa mudança!
A coitada era tão pobrezinha
E fizemos uma caridade
Como se não bastasse
Ela ainda tinha duas crianças

Como tomamos o café,
Eu não lembro, por agora
Mas sei que para o almoço,
A comida estava apetitosa
Modéstia á parte fui eu
Que cozinhei toda prosa
Naquele fogão de lenha
Fiz o trivial mas ficou gostosa
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Mandamos as crianças procurar,
oito tijolos e uma grelha,
Gravetos e pedaços de pau,
Que pediram para uma velha!
que morava no mesmo quintal
da oficina e sem dar trela
ajudou os meninos bendita seja ela.

A velha, era mãe do mecânico,
Dono da oficina de carros
Foi ela quem nos arrumou
As florinhas de trombeta,
Com elas fizemos o cigarro!
E meu marido fumou
Ainda a fumaça tragou
Igualmente um índio sentado

Daí eu e Mazé saímos,
Pra comprar o que comer,
Arroz, feijão, óleo e carne,
pra gente se abastecer!
Eu escolhia ela pagava
nem o preço eu perguntava
a minha sacola só esticava
Você precisava ver

A Cidade era tão sinistra,
O povo vivia com medo,
Uma gente esquisita,
nos viam, saiam correndo!
Eu não sabia que existia
Um pessoal tão caipira
E confesso minha gente
Por Deus, eu fiquei com medo

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Lá só tinha uma avenida
Naquela cidade campestre,
Casas, uma venda, um açougue,
Igual cenas de Faroeste!
O pessoal nos olhava de longe
Eu pensei, Isso não importa
Quando a gente chegava perto
Entravam
e fechavam a porta
(continua)
 
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Ahavah
Enviado por Ahavah em 26/02/2017
Reeditado em 01/03/2017
Código do texto: T5924162
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