ObjeçãoMote(Cordel)-ChicoDoCrato-Silva Dias

Mas nunca vi cantoria sem viola e repentista(Objeção Mote)-ChicoDoCrato-Silva Dias

ChicoDoCrato, Música, Voz, Violão, Sintetizador, Arranjo, Mixagem e Adaptação do CORDEL de Silva Dias

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Eu já vi rio sem água,

Peixe nadar na tristeza.

Na floresta sem pureza

Olho de bicho deságua.

A roupa ninguém enxágua

A sujeira é bem vista,

Show no palco sem artista,

Palhaço sem alegria,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Vi político ignorante

Administrar a massa,

Sabedoria escassa,

Mentalidade arrogante

Conceito estravagante

De astuto e vigarista.

A massa Ele conquista

Comprando com mixaria,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Vejo rico sem dinheiro

E pobre bem abonado;

Crente andar embriagado;

Muito pastor bandoleiro;

Policial pistoleiro,

Ladrão e contrabandista.

O trem ta sem maquinista,

Marajá sem mordomia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Cidadão ta condenado

A observar dia-a-dia

Bandido ter regalia,

Viver privilegiado,

Cedo ser aposentado

Pela lei do egoísta.

Na política calculista

Só vejo hipocrisia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Cinema vira Igreja,

Igreja vira puteiro.

Só “lixo” é que dá dinheiro,

Pois o “bom” ninguém almeja

A vida é uma peleja

Num mundo capitalista.

O Padre virou farrista

E paróquia só tem orgia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Já não é mais novidade

O homem virar mulher,

Japonês usar colher,

Crime sem impunidade,

Mentira virar verdade,

A mulher ser terrorista,

Um viado bem machista

E poeta sem poesia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Eu já vi “ateu” orando

Pedindo ajuda a Deus

Pra guiar os passos seus

Na trilha que vai andando.

Hoje, tudo ta mudando:

Índio já é correntista;

Roqueiro virou passista

E Igreja só tem folia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Vi até mudo falar,

Aleijado que andou,

Um surdo que escutou

Depois dum tapa levar;

Um preto, branco ficar

Na cadeira do dentista;

Um maluco masoquista

Que a sua dor repudia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista

Vi um bêbado um dia

Andando na corda bamba

Ainda dançava samba

Coisas que são não faria.

Ficava bobo quem via

O bebão equilibrista.

Conheci um alpinista

Que um monte não subia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Vi São João sem fogueira

E forró sem sanfoneiro,

Vaquejada sem vaqueiro

E parque sem brincadeira;

Até convento sem freira

E rádio sem radialista,

Comércio sem ter logista

E seca aonde só chovia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Vi numa área escolar

Um velho “Carro-de-boi,

O boi, com o tempo, se Foi

O Carro, sem poder andar

Teve que se aposentar.

Isto fez o pacifista

Virar um antagonista

E abraçar a anarquia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista.

Eu já vi bebê nascer

Querendo mascar chiclete,

Navegar na internet

Para o mundo conhecer,

Vi um gordo emagrecer

De tanto comer paulista,

Vi um grande instrumentista

Que, música, não conhecia,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista

Neste mundo tão virado

Tudo isto eu tenho visto,

É um filme que assisto,

Mas não tô admirado.

Às vezes, fico irado

Com gente ignobilista,

A corja de ludibrista

E a sua categoria

Diz que fazem cantoria

Sem viola e repentista.

Bis no final

Depois de analisar

Com cuidado este fato,

Meu verídico relato,

Aqui vou finalizar.

Quem quiser hostilizar

Tirar meu nome da lista

Só porque sou realista,

Pularei de alegria,

Mas nunca vi cantoria

Sem viola e repentista

ChicoDoCrato e Silva Dias
Enviado por ChicoDoCrato em 11/07/2017
Reeditado em 11/07/2017
Código do texto: T6052024
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