Resolvo Tudo à Bala

Grito rouco não me cala,

Não tenho medo de encrenca,

Nem que venha chumbo em penca,

Ralo fino não me rala,

Azar pouco não me azara,

Que eu sou cabra da peste,

Dos brocotós do Nordeste,

Terra de boa cantoria,

Que resolve essa porfia,

Na poesia ou à bala.

Não tenho mochila ou mala,

Durmo em pé como tetéu,

Minha vida segue ao léu,

Comigo não tem cabala,

Cavalo comigo embala,

Jumento pra mim é jegue,

Em meu pé que ninguém pegue,

Que eu sou cá do Nordeste,

Resolvendo qualquer teste,

Na poesia ou à bala.

Comigo a chibata estala,

No lombo da canguçu,

Que subiu no pé de umbu,

Lá na terra da opala,

Pulando caiu na vala,

Como trovador sem métrica,

Barragem sem piezométrica,

Não lhe sobra galhardia,

Só que nesta poesia,

Beleza também abala.

Da taboca eu tiro a tala,

Pra fazer jacá de feira,

E assar sapo na fogueira,

Comer com pinga na sala,

Jararaca minha bengala,

Careta pra mim e fome,

Não me diz nada teu nome,

Resolvo qualquer parada,

Aqui ou na encruzilhada,

Na melodia ou à bala.

Aracaju-Sergipe, 08/ 12/2017

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Agradeço a participação do Poeta Zé Roberto com sua encantadora palavra de provocação, ajudou-me nessa arenga.

Piauiense "arretado,"

Não assusta Zé Roberto,

Portanto fique esperto.

Pois o que é seu tá guardado,

Então já dei o recado,

Zé Roberto não se abala,

Peça a conta e faça a mala,

Paulista pede respeito,

Lhe enfrento de qualquer jeito,

Na poesia ou na bala.

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Do Poeta Jota Garcia, que não resitindo partiu para o confronto:

Eu sou muito amigo.

Raramente brigo,

Palavra que eu digo,

Vem do coração,

Mas quando esquento,

Fico violento,

Viro pé de vento.

Viro furação,

Pisou no meu calo,

Eu canto de galo,

E dou um abalo

Que muda a estação.

Se primavera, outono,

Se outono inverno,

Se inverno verão,

Tenho veneno de sobra,

É um jeito de cobra,

Que se enrola,

E se dobra quando corre no chão,

Faço como pivete,

Vou de canivete,

Ou de três oitão,

Zombou do que falo,

Eu grito, badalo,

De um simples estalo,

Eu faço explosão,

Ouça bem o que eu digo,

Pra qualquer inimigo,

Sou pior que o cão.

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Com a Poetisa SanCardoso arranjei mais encrenca:

Bom saber do que me livro!

Piauiensse assim tão arretado,

Não entra,não, em confusão,

Mas se pisam no meu calo,

Vixi! Arrumam um trabalhão,

Pra ele resolver na peixeira,

Nem deixa pra lá de besteira,

É chumbo grosso de trezoitão,

Barulho que ninguém aguenta,

Fumaça!Sai da frente meu irmão!

Bomsaber do que me livro!

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Até dos estrangeiro me apareceu participação.Obrigado

George Gimenes que muito me acrescenta.

Com ou não cabra da peste,

Nunca atrevo a duelar,

Fico aqui no meu lugar,

Por trás de qualquer cipreste,

Mesmo que ninguém ateste.

Não que seja covardia,

Ou falta de valentia,

Nem por muita insistência ,

Me valho de violência,

Respondo na poesia!

Provocativo e divertido cordel, caro vate. Um forte abraço

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Da amiga e Poetisa Aila Maria Brito recebi esse mimo:

Faço coro com tua fala,

Também não fujo da raia.

Na contenda que se espraia.

Eu luto até com bengala.

Soterro nêgo em vala,

E azar de quem vier,

Por pensarem eu ser mulher,

Nordestina Boa de briga,

Enfrento qualquer intriga,

Com ferro, fogo ou bala.

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Agradeço ao Poeta Ticiano Dantas Félix

a participação na minha página.

Sei que o senhor tens bagagem,

Enfrenta até Rasga Rabo,

Dá em Sargento ou em Cabo,

Seja em lama ou estiagem,

Tranca-rua é sem coragem,

Para te desafiar,

Trupizupe nem pensar,

Passa longe sete léguas,

Ojuara corre as cegas,

Para não te encontrar.

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 09/12/2017
Reeditado em 26/09/2019
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