UM FUTURO HISTORIADOR! (Geovanny Amaral)

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Li com atenção, cuidado e carinho, a tese de monográfica do professor, Geovanny Amaral (futuro historiador se quiser) "FÁBIO LUCENA: UM SENADOR AMAZÓNICA", (1940-1987) Li tudo atenta e lentamente, degustando cada palavra porque me remeteu à memórias que ouvira falar como se fossem fragmentos isolados de um "gênio sarcástico do (...) jornalismo amazonense" e sempre retornava para reler tudo de novo. Trabalhei seis anos em A NOTICIA, no qual o senador também havia trabalhado antes de mim. Geovanny Amaral, que teve por orientador o professor Dr. César Augusto Bíblia Queirós e dedicou o seu trabalho à Tais "por me inspirar todos os dias a seguir em frente". Ele teve muito trabalho para, a partir de entrevistas com os que tiveram o privilégio de com Fábio Lucena como eu, mesmo admirando-o à distância. Na época de Lucena, os jornais eram inimigos e quem trabalhasse em um não poderia sequer entrar na redação do outro sob pena de demissão!

Contudo, o professor conseguiu realizar um trabalho de fôlego remontando os principais fatos da vida desse intelectual que trabalhou nos dois principais jornais da época em Manaus e, correspondentes, nos principais jornais do Brasil também.

Remontando o quebra cabeça do polêmico senador, inclusive o que indicara para ser o seu deputado federal, advogado Mário Frota na época de sua cassação em. Ele teve casada sua candidatura à Câmara Federal em 74 junto com o seu amigo advogado Francisco Guedes de Queiroz, político por 26 anos. Como ditadura proibiu propagada em rádio e TV, o MDB – Movimento Democrático Brasileiro mandou confeccionar cartazes em postes, com o então vereador de vários mandatos seguidos, apontando o dedo e a frase: "ESSE É MEU CANDIDATO". Foi eleito! Depois o criador se voltou contra o criador!O deputado Francisco Queirós fora cassado também em sua pretensão de retornar a ALE/Am, candidatou-se a vereador em Manaus. Depois, absolvido pela Junta Militar que funcionava em Belém, conseguiu se candidatar-se e voltou à ALE, sendo seu presidente.

Depois de 26 anos seguidos de mandato eleitoral, morreu pobre, deixando de herança para a família uma casa em um Conjunto Uirapuru, comprada pelo SFH do construtor, Jose Moura Teixeira Lopes, o Mourinha, dono da Coencil, na época.

Voltemos à crônica e a historiografia do Senador Fábio Pereira de Lucena Bitencout, bancário, jornalista e polêmico e sarcástico político desde 72 quando se elegeu à Câmara Municipal de Manaus pela primeira vez e reeleito várias vezes. Deixou a Câmara Municipal direto ao Senado, feito que só viria a ocorrer 12 anos depois com a do professor universitário da UFAM, Jefferson Peres. Em 86, renunciou a 4 anos de mandato que ainda lhe restavam de mandato e decidiu disputar apenas 4 anos para se tornar "um legitimo constituinte". Eufórico, atrapalhou a segunda reunião do secretariado do então governador do Amazonas, Gilberto Mestrinho e se anunciou o único bi-senador pelo Amazonas, feito nunca até hoje superado.

-"Buscamos mostrar como se deu sua formação intelectual e política" anuncia Geovanny Amaral, em sua tese de mestrado em história. Acrescenta também que "nosso estudo não pretendeu escrever uma biografia, mas procurou entender suas ideias, sua atuação jornalística e “politicano” no contexto histórico e campo político em que atuou".

Ouvindo pessoas que o conheceram e conviveram, Geovanny Amaral destacou seu “temperamento instável”, o que lhe "gerou inimigos pessoais e políticos ao longo de sua vida". O brilhante senador Fabio Lucena, nascido em Barcelos, cometeu suicídio em junho de 1987, até hoje com contraditórias muitas e versões sobre as reais causas: teria sido consequência da depressão que passou a sofrer depois da morte de sua mãe Otília Bitencout, teria sido efeito da solidão que passou a sentir sem ter seus amigos intelectuais de boemia?

Não se sabe até hoje e parece que o Senado também não deseja saber!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 18/12/2017
Reeditado em 19/12/2017
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