O BEIJO DA MORTE

O BEIJO DA MORTE

A rainha de um grande reinado

Não teve sorte com homi na vida

Teve sete e por todos fora traída

Seu coração era sombrio e gelado

O homi que ela avistava era sempre esculhambado

Tratava tudo que é macho com muita brabeza

A alma dela era mesmo uma frieza.

Dos sete, o último ela só deixou,

Depois que ele a engravidou

Nasceu uma linda princesa.

A rainha era mesmo arengueira

Assim que a princesa nasceu

Nem nome ela deu

Se danou no meio duma pedreira

A procura duma bruxa feiticeira

Amaldiçoou a filha que ainda é era um bebê

A maldição só acaba se a peste da rainha morrer

Era uma tremenda covardia

Pois se a princesa algum homem beijasse, morreria

Será que assim ela iria viver?

Muitos anos se passaram

A princesa já adulta, só andava com uma criada

Recebeu o nome de Safira

A rainha já bem velha só vivia acamada

E a linda Safira vivia feliz

Sem saber que era amaldiçoada

Num dia lindo, quando os pássaros revelam seu tom

Safira andava entre as flores

Encontrou um cabra danado de bom

Que se tornou o maior de seus amores

Seu nome era Petrúcio Adamastor

Pela princesa também se apaixonô

E prometeu protege-la de todos os temores

Hora vai hora vem

Se encontravam todo dia

Pense numa alegria

O coração dela era de mais ninguém

O coração dele era dela também

Então surgiu o desejo

De dá o primeiro beijo

A criada endoidou

Entrou no meio e não deixou

Encerrando o cortejo

Já dentro do castelo

A criada dizia

O que a rainha por anos

Da princesa escondia

Enquanto a rainha viver

Com homem nenhum Safira poderia se envolver

E um beijo qualquer a mataria

Safira estava aos prantos

Era sem fim a dor dela

Mas de repente

Petrúcio entrou no quarto pela janela

Completamente confuso

Queria saber o que aconteceu com sua donzela

Safira contou tim tim por tim tim

Disse que estava amargurada

Pois desde de pequena era amaldiçoada

Pense numa dor sem fim

Petrúcio não posso ter você pra mim

Minha mãe comigo não se importa

Tem o coração duro como uma porta

Enquanto vida ela tiver

Não posso ser tua mulher

Pois qualquer beijo, aos teus pés eu caio morta

Petrúcio virado no moi de coentro

Se danou pra pedreira

Atrás da tal feiticeira

Esburacou caverna a dentro

Fazendo o maior movimento

Tire a maldição de Safira sua meretriz

Para que assim a gente viva feliz

Isso não posso fazer

Mas posso jogar a maldição também em você

E estarão juntos como sempre quis

De volta ao castelo

Petrúcio estava ainda atordoado

Olhando nos olhos de Safira

Disse que a proposta tinha aceitado

Safira não acreditou

Pensou que o homi tinha endoidado

Aceitei sem nem pestanejar

Pois não existe quem nos socorra

Nem posso esperar até que tua mãe morra

Esse é o preço que vou pagar

Por querer muito te beijar

Sem você não sei quem eu sô

Nem sei pra onde vô

Chegou a hora

De fazer história

É melhor morrer por amar do que viver sem amor

Enfim prontos para o beijo da morte

Enquanto o beijo acontecia

A criada corria desesperada

Para avisar que a rainha morria

Um ataque fulminante

Fez quebrar a maldição

Quando a criada entrou no quarto da donzela

Quase batia a biela

Pois Petrúcio já estava morto no chão

A princesa sem saber o que fazer

Olhou para a criada

Completamente desesperada

A criada sem muito entender

Bradou: tua mãe acabou de morrer

Safira tinha escapado da maldição

Pra Petrúcio que tava morto não tinha mais solução

Sem motivo pra continuar

A princesa Pensou logo em se matar

Tava partido seu coração

Safira não se matou

Seguiu em frente mesmo ferida

Lamentando todo santo dia

Essa vida sofrida

Conheceu o beijo da morte

E vive na espera de conhecer o beijo da vida.