Tomo 07 - CAVERNA MISTERIOSA

07 A CAVERNA MISTERIOSA 1955 pulsar de um coração

COIMBRA 2912170944

01 No ano cinquenta e cinco

Na escola me firmei

Aquilo porque-um-emprego

Da professora ganhei

Eu aguava suas plantas

E até almoço e janta

Na casa participei

02 Minhas notas nas lições

Eram sempre deficiente

Porém minha professora

Me achava inteligente

E boas notas me dava

Mesmo quando eu errava

Ela me punha na frente

03 Com aquilo eu ia bem

Mesmo nas aulas faltando

Já que eu e um amigo

Gostava de estar andando

Ao norte do povoado

Íamos sempre com cuidado

A tudo observando

04 Naquelas nossas fugidas

Encontramos-uma caverna

No sentido de saber

Se era funda cisterna

Por ela nos adentramos

Vendo morcegos voando

Sem sair na parte externa

05 Conforme fomos entrando

Em meio a escuridão

O medo foi nos tomando

E trazendo confusão

Mas pra voltar não achamos

O ponto onde iniciamos

A entrar naquele vão

06 Ficamos apavorados

Com o movimento visto

Parecia outro mundo

De misterioso risco

O fato é que nos perdemos

Muita angustia tivemos

Pra sair daquele aprisco

07 Percebemos que a caverna

Era um antro religioso

Já que em certo momento

Vimos algo curioso

Era um conjunto de gente

Tendo um, indo na frente

Com um farol luminoso

08 Tivemos um certo medo

E ficamos escondidos

Mas procuramos saber

Com acurados ouvidos

Foi ali que entendemos

Que estavam eles fazendo

Um culto ao um deus antigo

09 Daquela nossa aventura

Eu nunca pude esquecer

Pois dela uma reportagem

Eu pude ate escrever

Em um livro muito sério

Os Meninos dos Mistérios”

Está a história conter

10 Mas voltando a falar

Do novo grupo escolar

Nos dias que frequentei

Tive um grande mal estar

Pois alguem me caluniou

Quando um vaso quebrou

E eu tive que pagar

11 Até hoje eu carrego

Aquela mágoa guardada

Passaram sessenta anos

Porém não foi apagada

Pois muito fui humilhado

Como sendo o culpado

Da ação que eu não tinha nada

12 São lembranças que não sai

Nunca do pensamento

Embora em um futuro

Houve o esclarecimento

Pois descobriram o culpado

De ter o vaso quebrado

Mas era fora do tempo