21 - MAIS PESO NOS OMBROS pulsar

21 - MAIS PESO NOS OMBROS

o pulsar de um coração

RDAH 170120171836

01 Passei o setenta e quatro

Nos estados viajando

De Passos, Minas Gerais

Pra São Paulo trasladando

A serviço da empresa

Tendo sempre gentileza

Para clientes ir ganhando

02 Os dez anos que passaram

Das ditosas aventuras

Ficaram quase esquecidas

Pelas novas conjunturas

Porém havia um alo

Com resplendor muito claro

Iluminando as alturas

03 Era o brilho dos sonhos

A clarear no espaço

Como arrependimento

Que me causava embaraço

Por ter deixado o ideal

De voar sob o astral

Do sucesso e do fracasso

04 Atravessei mais um ano

Tendo apenas esperança

De alcançar uma escada

Para subir na balança

Onde de um lado eu via

Um peso que ali teria

O valor da minha herança

05 Tal herança era a vida

Predita por Jesus Cristo

Eu não pensava em riqueza

E nem num púlpito ser visto

No pulsar do meu coração

Eu só tinha a previsão

De ter um poder benquisto

06 Minha glória era saber

Por alguém que me contasse

Que as orações que eu fazia

Lá no céu tinha seu passe

E Deus nosso pai ouvia

Minha súplica recebia

E uma obra operasse

07 Portanto em minha mente

Reinava a simplicidade

Eu ficava admirado

Por ver a sociedade

Uns querendo ter riqueza

Outros atrás de grandezas

Pra se mostrar na cidade

07 Na minha vida modesta

Eu só tinha um ideal

Que Deus me levasse logo

Para morar no astral

Pois a mundo ao meu redor

Cada vez era pior

Pelas entranhas do mal

08 Foi com lutas acirradas

Que eu pude conseguir

Uma casa pra morar

Pra família reunir

No ano setenta e seis

Deus Sua obra fez

Pude a casa adquirir

09 Do bairro onde eu morava

Mudei pra outro setor

No alto do Ipiranga

Foi que Deus fez o favor

Uma casa de esquina

Na rua Sta Catarina

Por dez anos morador

10 Desses anos discorridos

Até o setenta e cinco

Eu tive algum progresso

Mas até hoje ressinto

Que não fui um fervoroso

Eu nada fiz de teimoso

Vivi em simples instinto

11 Tive quedas na saúde

Sofrimentos e inépcia

No trabalho eu minguava

Pelas dores-e peripécias

Fui mesmo hospitalizado

Pelo coração cansado

De pulsar sem ter inércia

12 No ano setenta e seis

Meu viver continuou

Tendo quatro na família

O meu ombro mais pesou

Entretanto com a fé

Fui enfrentando a maré

Do jeito que Deus guiou