EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO

Caro amigo cidadão

Conterrâneo brasileiro

Em época de política

Fique esperto e ligeiro

Desconfie de toda jura

Mormente dessa figura

Metido a politiqueiro.

Dias vêm e dias vão

Nada feito até agora

Cuidado caro eleitor

Com essa trilha sonora

Não se deixe enganar

Procure rememorar

Todas as juras de outrora.

Eleitor meu caro amigo

Político é amigo-urso

Todo abraço dele é falso

Assim como o seu discurso

Esses seus palavreados

São truques velhos manjados

Para o mesmo recurso.

Pois essas promessas que

Certo dia te empolgou

Continuam sendo ditas

No mesmo fogo-pagou

Puxe aí pela memória

Pois é a mesma história

A qual você já escutou.

Em período de eleição

O político é bonzinho

Abraça, acena e agita

E até manda beijinho

Percorre a periferia

Distribuindo empatia

E aquele tal sorrisinho.

Ele anuncia o projeto

Prometendo educação

Saúde e segurança

E também habitação

Ainda cultura e esporte

Urbanismo e transporte

Também iluminação.

Aplausos para o doutor

O assessor grita ao lado

A plateia corresponde

Ao que foi solicitado

Esse candidato clama

Levanta o punho e chama

De querido o eleitorado.

E depois dessa eleição

Então ninguém mais o vê

E lá no seu gabinete

Não conhece mais você

Diz lá que nunca lhe viu

Nega até que lhe pediu

O seu voto em comitê.

Mas é por essas e outras

Que você já soluçou

E deve bem se lembrar

Por tudo que já passou

Outro palanque está armado

Dessa vez tome cuidado

Foi ele quem lhe enganou.

Em período de eleição

Todo político é

Padrinho, útil e amigo

Abraça e faz cafuné

Num balcão daquele bar

Faz questão de lá pagar

Para o eleitor um café.

Em época de eleição

Anda até em hospital

Visitando os enfermos

Com seu diretorial

Perante esse paciente

Ele reza ardentemente

Pedindo cura pro mal.

O atrevimento é demais

Meu caro amigo eleitor

Fique de antena ligada

De olho no retrovisor

Até agora apareceu

Candidato fariseu

E também enganador.

Essa gente só mostra a cara

Na época da eleição

A qualquer hora do dia

Chama o eleitor de irmão

Após o pleito passado

O eleitor é rejeitado

Tratado como um cão.

Em cima de um palanque

Esse candidato agita

De posse de um microfone

E para o povo ele grita

Antecipo pra vocês

Corrupção não terá vez

Comigo nem se habilita.

Sendo assim caro eleitor

Tantas vezes já ouvistes

O mesmo palavreado

Que além disso insistes

Na mesma tecla bater

Político só tem poder

Porque vós o permitistes.

Quando chega a eleição

Veja que demagogia

Ao povo ele se apresenta

O salvador da maioria

Ele todo fulgurante

Se exibe bem-falante

Expondo ideologia.

Isso é pura pressão

Meu caro amigo eleitor

Com certeza outra faceta

Para enganar o senhor

Para lhe impressionar

É para você pensar

Que ele é trabalhador.

Quando é na eleição

Candidato vai à praça

Parabeniza as pessoas

Beija a criança e abraça

Na maior cara de pau

Nenê já bebeu mingau

E ali faz aquela graça.

Meu caro amigo eleitor

Não dê muita confiança

Você já tem de outrora

Uma amarga lembrança

E preste bem atenção

Pois fique atento senão

De novo é você quem dança.

O palanque atualmente

É o mesmo do passado

As promessas são as mesmas

Não mudou o palavreado

A embromação atua

Até hoje continua

O povo sendo enganado.

Na campanha eleitoral

E quando ele vê a gente

Eleitor considerado

Para ele como um parente

Depois que passa a eleição

Prefere ele vê o cão

Do que lhe ver novamente.

Por isso caro eleitor

Pois não dê muito ouvido

O que você já escutou

Não passa de alarido

Até agora nada feito

O que foi dito no pleito

Ficou só no prometido.

É o mesmo lero-lero

Na época de eleição

O político é matreiro

Ilude rápido o povão

Ele sabe muito bem

Tem no eleitor um refém

Com a mesma tapeação.

Fique atento e ligeiro

Meu caro amigo eleitor

Em época de eleição

Todo espinho vira flor

Mas então depois do pleito

Seu voto vira confeito

Nunca mais sai do isopor.

E você mais uma vez

Oh meu amigo eleitor

De novo foste enganado

Com mesmo tapeador

Seja mais inteligente

Não dê trela a essa gente

Não seja mais amador.

Político só aparece

Nesse tempo de eleição

Aí ele lhe cumprimenta

E com aquela atenção

Cortês e cheio de graça

Sorridente ele lhe abraça

Chamando você de irmão.

É no tempo eleitoral

Que o candidato vê

A sua dificuldade

E dispõe seu dossiê

Pro eleitor modestamente

Ele diz: fique ciente

Pois eu vou ajudar você.

Meu caro amigo eleitor

Vou lhe dizer a verdade

Não acredite em lorota

E nem faça amizade

Quem não honra paletó

É um bicho procotó

E suga sem piedade.

Eleitor meu caro amigo

Só lhe veem na eleição

Aí você é importante

É só paparicação

Porém depois do pleito

Chamam você de sujeito

Intrometido e bicão.

Caro eleitor veja bem

A promessa é só na hora

Tudo que eles lhe falam

É só da boca pra fora

Após o pleito passado

O palanque é desarmado

Dão as costas e vão embora!

O meu recado foi dado

Caro amigo cidadão

Pois agora é com você

E preste muita atenção

Político se prepara

Trazendo um santo na cara

E o diabo no coração.

É muito fácil dizer

Raro é concretizar

Até agora eu não vi

Um político botar

Comida na nossa mesa

Ingratidão com certeza

Só sabemos degustar.

Chega de tantas promessas

Mentiras e tudo o mais

Está na hora de acordar

As classes sociais

Dizerem maiúsculo NÃO

No dia da votação

A políticos marginais.

FIM.

Francisco Luiz Mendes
Enviado por Francisco Luiz Mendes em 23/03/2018
Reeditado em 23/03/2018
Código do texto: T6288444
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