PROSTITUIÇÃO

Fiz nas lembranças pesquisa

Fiz da saudade poesia

Tentando contar num cordel

O segredo da fantasia

Desse ambiente secreto

Cheio de encanto e magia

De sua nobre atenção

Eu só peço um segundo

Para falar de um trabalho

Muito importante e fecundo

Da profissão mais antiga

Desde que o mundo é mundo

Já foi tida como maldita

Pelas madames de outrora

Pois viam que seus maridos

Eram mais felizes lá fora

No calor de outras alcovas

Nos braços de outras senhoras

Chamada de vida fácil

Foi sempre cheias de riscos

E hoje com a violência

Drogas, tiros e imprevistos

Vender carinho e prazer

É um meio de vida arisco

São das perdidas e sem classe

Que o homem sério desfruta

A sociedade ama a prostituição

E odeia as prostitutas

As desvalidas gritam por amor

Mas, a vida não as escuta

Sidney China

Reconhecida como ocupação

Nunca foi regulamentada

São postas em cativeiros

São vendidas e exploradas

São mortas por cafetões

São cuspidas e espancadas

É um comercio tão antigo

Quanto a própria paixão

Fez história pelo tempo

Levando alegria e diversão

De Madalena a Geni

Noites quentes e emoção

São pessoas como a gente

Com desejos e sentimentos

Mas, que fazem de seus corpos

Fonte de lucro e rendimentos

Entre lágrimas e sorrisos

Rompem o espaço e o tempo

Conheci umas que se formaram

Algumas se uniram a clientes ricos

Outras se tornaram donas de casa

Umas tantas morreram em pleno oficio

Uma minoria continua na vida

Porque tiveram filhos políticos

Inferno e paraíso são seus dias

Vivendo entre o bem e o mal

Caminhos de oásis e abismos

Perdidas entre a ilusão e o real

Mergulham em loucas aventuras

Revelando do humano o animal

Sidney China

Quanto mais se fala disso

Mais o assunto estica

Vejo muita explicação

Mas, que muito pouco explica

E de uma coisa tenho certeza

Aquele amor que marca

É aquele amor que fica

Desculpem as brincadeiras

Foi só para descontrair

Quando o assunto é denso

Nada como descobrir

Um jeito alegre de falar

Para nos fazer sorrir

Sofrem, gozam e vão levando

Amam, odeiam e vão vivendo

Não são anjos nem demônios

São seres sobrevivendo

Na dura missão que escolheram

Nas claras palavras que escreveram

Por fim, falar dessa arte

É traduzir o sentir em moeda

Não é fácil nem tampouco comum

É amor que nunca se apega

É carinho breve e fugaz

É a liberdade de escolha que se nega

Apesar do rigor da profissão

E da dureza dessa lida

Caminham na busca da razão

Na batalha de cada sina vivida

Se mantendo em sua existência

Linda, sem recato e da vida.

Sidney China