TEM JUIZ SE ACHANDO DEUS

Tem Juiz se achando Deus mas nós sabemos que não.

O Supremo tribunal

Parece que colabora

Com toda a impunidade

Que em nosso país aflora.

A cegueira da justiça

Há muito que foi embora.

Fico vendo na TV

Da Justiça e outras mais

A pose dos magistrados

Se mostrando maiorais.

Decidindo pelo povo

Mas nos passando pra trás.

Existem as exceções

Que ainda se preocupam

Com a opinião pública

E por isso não engrupam

Nem se deixam corromper

Só da Justiça se ocupam.

Foi criado um Conselho

Nacional para a Justiça

Para por ordem na casa

E espantar a carniça

Dar limite aos Magistrados

Mas nada mudou na missa.

Atropelam outros Poderes

E arrotam independência

E fazem declarações

Sobre tudo sem decência

Interferem em impeachment

Criando jurisprudência.

Humilham guardas de trânsito

Garçons e as enfermeiras

Os porteiros de hotéis

Dessa Nação brasileira.

Arrotam autoridade

E não é de brincadeira.

Nas pilhas de autos jurídicos

Os dos pobres vêm primeiro

Julgamento acelerado

Pois não rolará dinheiro

E os processos dos ricos

Escorregam no bueiro.

Demoram pra examinar

Os autos desses processos.

Pedem vistas que são grossas

E abusam em excesso.

Por trás das togas gomadas

Tem um mundo submerso.

Descobriu-se que os processos

Contra os privilegiados

No foro e na vida toda

Nem chegam a ser julgados

São prescritos pelo tempo

São deixados lá de lado.

Com a venda de sentenças

Que é feita por talhada

Assim como melancia

Que na feira é espalhada

Você paga direitinho

E ganha pena abrandada.

No interior do país

O problema é bem pior

As Varas são latifúndios

E se for um juiz só

Não tem Fórum progressista

Sua fala é a lei maior.

Lá na porta da cadeia

O advogado já sabe

Que juiz vai procurar

E quanto a cada um cabe

Do honorário futuro

Antes que a mamata acabe.

Amizade com corruptos

Gera muito investimento

Nos cursos para discursos

De congressos e eventos.

Caronas em aviões

Padrinhos de casamentos.

Todos estão constatando

Que há Juízes comprados

Desculpem, eu quis dizer,

Que vários são indicados

Por políticos corruptos

Pra serem beneficiados.

São auxílios que abundam

(Lá na deles não nas nossas)

Pra morar comer viajar

Curtir o mundo com bossa

Motorista pra buscar

Sem nunca entrar na fossa.

Compram ternos em Miami

Tomam vinho importado

Com o extra da custódia

Um adicional inventado.

Já se foi o tempo em que

Um Juiz era honrado.

Agora só batem boca

Com palavreado chique

Para as câmeras da TV

E há até quem acredite

Que aquilo é sincero

Mas é pura canalhice.

Alguns estão excitados

Com a tal da Lavajato

Operação da Polícia

Pra prender os carrapatos

Que sugam o sangue do povo

Pobre sofredor pacato.

Condenaram um da esquerda

E prenderam um do centrão

Liberaram um da direita

De suposta delação

De um empresário amigo

Em que ele comeu na mão.

Até o Ministério Público

Se envolve com propina

Alega que ganha pouco

Que a corrupção fascina

Parece que o brasileiro

Terá sempre essa sina.

Quem discorda da maioria

Pode até morrer voando

Os que têm a boca mole

Tão sempre esbravejando

Os topetudos do Sul

Em tudo estão mandando.

Mesmo com o país em crise

Econômica e moral

Exigem seus Privilégios

De maneira bem banal.

Dizem que assim não roubam

Nem sofrem ação penal.

São jovens sábios das leis

Que possuem o mau hábito

De pensar que têm direito

Pouco ligando pro impacto

E recorrem à justiça

Pedindo o dinheiro intacto.

Têm viagens confortáveis

Passaportes diplomáticos

Salários além do teto

Com as leis são muito práticos

Pois em benefício próprio

Se tornaram catedráticos.

Morando em casa própria

Nas cidades onde trabalham

Ganham auxílio moradia

E por trás ainda gargalham.

Dizem ser penduricalhos

Pro salário que achincalham.

Ganham acima do teto

São supremos soberanos

Nem o céu é o limite

Para a fome dos decanos

Decisões bem pessoais

Sem teor republicano.

Processam os que os criticam

E ganham todos os processos.

O seu corporativismo

Faz julgamento expresso.

Não me processem jamais!

Humildemente, vos peço.

Cagadas e marmeladas

Acontecem de montão.

E aí eu lhe pergunto:

- Qual vai ser a punição

Para a falha do juiz:

Liberdade ou prisão?

Nem uma coisa nem outra

Se for jovem tira férias

Velhos são aposentados

Essa é uma causa séria

Pois em qualquer outro emprego

Morreriam na miséria.

Tem juiz se achando Deus

Mas nós sabemos que não.

São os pais da impunidade

Da nossa grande Nação

Que precisa urgentemente

De uma revolução.

Revolução de valores,

Ética, profissional,

Unindo os três poderes

Pra dividir por igual

Cada palmo dessa terra

Para o povo em geral.

Jotacê Freitas

Ssa, 24 Fev 2018.