PERFEIÇÃO HUMANA É UMA FARSA

Perfeição é um defeito

Que o homem corre atrás

Uma ilusão maldita

Herança de Caifás

Quanto mais se busca ela

Mas besteira o homem faz.

Não é de hoje que os homens

Buscam essa tal perfeição

E para enterrar um erro

Se jogam nas garras do cão

Porque se cobre um santo

Mas deixa o outro na mão.

Quando Jesus veio ao mundo

Falou em paz e amor

Mas nunca quis que o homem

Fosse igual ao salvador

Pois já sabia até onde

Tinha o homem o seu valor.

Mas mesmo antes de Cristo

Que a tal de humanidade

Já pensava em perfeição

E fazia atrocidade

Quem nas aulas de História

Não lembra de tal maldade.

A maldade cometida

Pelo povo espartano

Que matavam suas crianças

Muitos até por engano

Por uma tal eugenia

Nesse regime tirano.

Diziam os espartanos

Pelos costumes da terra

Que havia uma seleção

Para os serviços da guerra

Quem “presta” vira soldado

E quem “não presta” enterra.

Até o próprio Jesus

Que pregava amor e paz

Não foi poupado da cruz

E foi passado pra trás

Não serviu para os judeus

Morreu sofrendo demais.

E a busca da perfeição

Para a dita humanidade

Foi ao longo da História

Cheia de perversidade

Quem não lembra do nazismo

Que matou sem piedade?

Hitler com ideia fixa

De fazer um povo forte

Transformou a Alemanha

Num grande campo de morte

Matou milhões de pessoas

Quem escapou foi por sorte.

Isso porque a ideia

De formar uma nação

Raça pura, ariana

Fez de Hitler esse vilão

Que caiu no mesmo erro

Em busca da perfeição.

Isso deixa os humanos

Um pouco atordoados

Porque vivem no dilema

Entre o certo e o errado

Querem muito a perfeição

Que os deixa desolados.

Porque não há perfeição

Se não somos todos iguais

Digo iguais no pensamento

E assim sofremos demais

Porque um não quer fazer

O mesmo que o outro faz.

Um quer seguir a Jesus

O outro quer ser ateu

Diz o outro, Deus me livre

Eu quero é ser judeu

Nada disso, eu sou budista

Aí a coisa fedeu.

Um diz eu sou comunista

O outro diz, Deus me livre

De viver esse regime

Não quero nada que prive

Prefiro o capitalismo

Pois nele melhor de vive.

Uma diz eu sou mulher

Homem não me manda nada

E quem vier com gracinha

Trituro e jogo na estrada

O homem diz, eu sou homem

E te baixo a porrada.

E nessa dualidade

Os homens não se entendem

Porque um diz eu sou “certo”

O outro é que não compreende

É briga pra todo lado

Pois nem um lado se rende.

Na verdade o mais correto

Seria não se render

Mas respeitar os limites

Que existe no outro ser

Respeito as diferenças

É a chave do “poder”.

Poder vivermos na paz

Com muito amor e sem guerra

Porque existe espaço

A todos nós nessa terra

Mas o orgulho maldito

Com o poder nos enterra.

E assim vamos buscando

A “maldita” perfeição

Mas quem sou eu pra julgar

O “defeito” dos meus irmãos

Somente porque não bate

Com a minha opinião.

Por conta da perfeição

Para mim grande defeito

Fazemos guerra e matamos

Levamos tiros no peito

E tudo isso se dá

Pela falta de respeito.

Respeito é uma virtude

Que todos deviam ter

Mas como estamos falando

Isso jamais pode ser

Porque não somos perfeitos

E doa a quem doer.

Perfeição é uma farsa

Cercado por falsidade

Torna o homem um hipócrita

Tirando a sua vontade

Porque tem que ser igual?

Mesmo que lhe faça mal?

Que grande perversidade.

Joel Marinho