PRÉ E PÓS ELEIÇÃO

Caros amigos escutem

E prestem muita atenção

O que vou falar agora

Puxando do coração

Falo do pré e do pós

Destes políticos que nós

Votamos na eleição.

Rapaz, antes da campanha

O negócio é bom demais

É vidro de carro baixo

Nas ruas só pedem é paz

E acredite se quiser

Tem uns que andam a pé

Sozinhos, sem capataz.

É humildade de mais

Fazem tudo na campanha

Escolas de qualidade

Até casa o pobre ganha

O político em eleição

É o melhor cidadão

E depois o pobre apanha.

Visitam as comunidades

Reúnem-se com o povão

Entram em casas humildes

E sentam até no pilão

Tomam café amargoso

Dizendo: oh que gostoso

Igual esse eu não vi não.

Político é caboclo artista

Encena como ninguém

Não dança, mais no palanque

Pula igual um quen quen

E é doidim pra abraçar

E só falam em trabalhar

Não abandonar ninguém.

Ficam do lado do povo

Qualquer coisa é só chamar

Se alguém com dor de barriga

Quer ir no mato cagar

Faz ali uma ligação

Chega o político e o carrão

No ponto para levar.

Se o cabra do interior

Quer visitar um parente

O candidato já chega

Dizendo: deixe com a gente

Eu não tenho tempo não

E chama alí um babão

E resolve de repente.

Se alguém com sua família

Passam por necessidade

Logo chega uma cesta básica

E de excelente qualidade

Entregam para cidadão

Numa maior satisfação

Tudo é só felicidade.

Rapaz a coisa é um show

O caboclo vira patrão

Só anda a pé se for besta

Todo mundo é cidadão

Que pena que a mordomia

Vai se acabar no dia

Lá no dia da eleição.

Depois de contar os votos

Começam a se dispersar

Quem ganhou só comemora

Quem perdeu vai comentar

Dizendo: fui enganado

Paguei por um resultado

Só não vieram entregar.

Abraços diminuindo

O tempo entra em extinção

Saúde é segundo plano

Esquecem a educação

O pobre foge dos planos

É esperar quatro anos

Pra pobre virar patrão.

Depois a vida retorna

Sai cada um pro seu lado

O safado com o poder

E o cidadão enganado

Eu garanto pra você

Fica é difícil de ver

Vidro de carro baixado.

Se o cidadão na estrada

Der um aceno com mão

Querendo pedir carona

É grande a decepção

O cabra passa chutado

Deixa o cidadão coitado

Como se fosse um ladrão.

Na hora da precisão

Estão tudim ocupado

É já no vidro fumê

Cidadão fica de lado

O remédio pra essa gente

É o cidadão consciente

E um voto não trocado.

Valorizar o seu voto

E não trocar por tostão

E no lugar de tijolos

Cobrar mais educação

Saúde de qualidade

Segurança de verdade

Isso sim é cidadão.

Se você vende seu voto

Ainda vou mais além

Você não pode cobrar

E nem difamar ninguém

Nem grite corrupção

Quem se vende em eleição

É um corrupto também.

Seja um cidadão de bem

Um cidadão consciente

Você tem arma na mão

E vamos seguir em frente

E com um ato errado

Seremos todos culpados

Prejuízo a muita gente.