Os niimalistas (ou As sextilhas escatológicas)

Vindos lá de longe, seres arcanos

(acho até que anjos de outro plano)

incendeiam minha bola de cristal

Mostram registros selados a cera

afirmando o quanto a Terra inteira

afunda num declínio feio e abissal

Aos risos, falam: inicio quê acaba

poeira vil na vassoura de piaçaba

Declarado fim indômito, extremo...

Total perda do quê é visto o bem

que é p'ra o que se sabe, e se tem,

mas que aqui está todo enfermo

Trincam o meu rubi real de mago

e também a ideia, que inerte trago

que, se vista, seria nossa solução

mas dizem: Ao homem é preciso

mais do quê se reinventar sorriso

e replantar toda a raiz do coração

Rasgam minhas cartas da mesa

e mostram que tudo da natureza

explorada, não tem como resista

Há certeza, cada dia se completa

a atitude do que nunca se acerta,

dá como nada, nova terra à vista

A negligência humana, pára tudo,

não quer saber se é jogo absurdo

só quer saber de sua cota à parte

É ganância, que ninguém engana

vale é não dar valor ao que afana

E o quê é que de fato se reparte?

Mas isso a quem é que importa?

Para o quê e que se abre a porta

Qual é a finalidade que, destarte

não se vê a fome do seu vizinho

mas se faz tremendo burburinho

p'ra o caminho do chão de marte

E o modo que vêem os animais?

Como se voces fossem os tais

deuses reais, reis e soberanos

Contaminam tudo a alto preço

Fazem do que é certo, o avesso

Há guerra como algo cotidiano

É, esses (de onde?) dizem assim:

Assistimos tudo que é tipo de fim

nenhum feito esse aqui de agora

Dizemos sem sombra de engano

esse planeta é até mais humano

do que vocês que já vão embora

Os niimalistas

Ou

As sextilhas escatológicas

02-12-2018

18h07min

(Murillo diMattos)

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 05/12/2018
Reeditado em 05/12/2018
Código do texto: T6519309
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